segunda-feira, 21 de abril de 2014

O impacto do racismo na infância


Como uma pessoa se torna preconceituosa? Como uma pessoa se torna racista? Todas as crianças nascem "zeradas" em termos de pensamento ou comportamento de segregação, mas, com o passar do tempo, dependendo de influências ou vivências, podem acumular um volume de lógicas e raciocínios que redundam no não reconhecimento do outro, quando este outro é de raça ou cor diferente da sua. Pais, parentes e professores, pelo papel que têm na formação da criança, são responsáveis para que um cidadão aprenda a respeitar, desde cedo, a diversidade étnico-racial.

Mesmo a prática do racismo sendo crime inafiançável e imprescritível, segundo a Constituição de 1988, em seu art. 5º - inc. XLII, ainda assim é comum assistirmos falas e declarações de conteúdo racista como algo "comum" em tom de brincadeira, ou de piadas. Isso tem se reproduzido de geração a geração e passado de pai para filho, como se fosse um costume de família. Dessa forma "natural", em tom de brincadeira, poucos assumem o preconceito, mas os efeitos na formação de uma criança são concretos: ela passa a não compreender a riqueza da diferença e a igualdade dos direitos entre as pessoas. São impactos visíveis na vida de crianças e adolescentes negros, indígenas e brancas.

O como agência da ONU que tem a missão de defender direitos de crianças e adolescentes, lança, dia 29 de novembro, uma campanha em nível nacional para alertar sobre o impacto do racismo na vida de milhões de crianças e adolescentes e contribuir para promover iniciativas que contribuam com a redução das disparidades. No Rio Grande do Norte, o lançamento acontece dia 30 de novembro, na Assembléia Legislativa.

Os números falam por si. No Brasil vivem 31 milhões de crianças negras e 160 mil indígenas, ou seja, 54,5% das crianças são negras ou indígenas. Um dado que assusta e que revela as disparidades: 65% das crianças pobres são negras. Quando se analisam números da mortalidade infantil, de crianças fora da escola ou de mortes de adolescentes negros, fica ainda mais explícita a necessidade de alertar a sociedade e mobilizar para que sejam asseguradas a equidade e a igualdade étnico-racial desde a infância.

A campanha sobre o racismo na infância foi desenvolvida com o objetivo de contribuir para rever o imaginário, principalmente quebrar a comodidade da falsa afirmação de que não existe racismo no Brasil; ajudar a promover o respeito entre as pessoas e práticas que combatam a discriminação, colaborando para a afirmação das identidades de crianças indígenas, negras e brancas.

Entre os resultados esperados, está o aumento do reconhecimento sobre os efeitos do racismo na vida de crianças e adolescentes e da valorização de direitos, identidades e da diversidade cultural. Em nível de políticas públicas, o que se espera é a formulação e implementação de ações voltadas para a redução das disparidades na educação, saúde e proteção dos direitos.

O conceito de equidade, ou seja, a disposição para que o direito do outro seja reconhecido de forma imparcial e igualitária, é o que move a campanha. E é o que se espera que seja percebido como valor a ser cultivado na educação de crianças e adolescentes, para que gerações de crianças e adolescentes negros e indígenas, que passaram séculos à margem de políticas públicas, sejam efetivamente reconhecidos na categoria de sujeitos de direitos.

Fonte: Geledés Instituto da Mulher Negra



Profissionais negros são minoria no primeiro escalão do Executivo

http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/mercado-de-trabalho/24366-profissionais-negros-sao-minoria-no-primeiro-escalao-do-executivo

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Roda de Conversa

Nossa roda de Conversa desta sexta feira apresentar a história de Anne Frank. O Diário conta o relato de uma menina de 13 anos que viveu em 1942, no auge da Segunda Guerra Mundial. A proposta é demonstrar, através da sua escrita, as angústias de uma adolescente, suas intimidades e também o cotidiano das pessoas ao seu redor, enquanto viviam escondidos dos nazistas. O livro mostra a segunda guerra por alguém que realmente passou por ela numa linguagem simples e fácil de compreender.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

PET de A a Z

O objetivo desta comunicação é reconstituir, sistematicamente, o processo de construção de um problema de pesquisa. Neste sentido, a referência a um objeto específico - as dinâmicas de mobilidade social que na última década têm sido descritas nos termos de emergência de uma "nova classe média" - serve como material de reflexão sobre as conexões que vão sendo forjadas pelo pesquisador para a conformação de questões de pesquisa. A reconstituição sistemática, assim, não dá conta das maneiras pelas quais as ideias vão ganhando força e se consolidam em problemas de pesquisa. Esse processo não tem uma "sistemática" e não se pode tirar dele um modelo a ser ensinado a outros ou reproduzido por outros. Ao ser reconstituído, porém, sistematicamente, permite que se perceba como conexões entre experiências vividas, encontros teóricos, opções políticas, trajetórias acadêmicas e elementos da própria personalidade do pesquisador vão se efetivando quando se reflete continuamente sobre uma dada temática. E, neste sentido, pode assumir um sentido didático ou "exemplar", que ajude outros pesquisadores - especialmente em início de carreira, a pensar seus próprios problemas.

quarta-feira, 2 de abril de 2014