quarta-feira, 26 de junho de 2013

PET de A a Z - 27/06


"Uso racional de medicamentos e prevenção ao uso indevido de drogas mediante educação em saúde"


Com o Prof. Saulo Rios Mariz

 Sobre o palestrante:
O professor Saulo Rios Mariz é graduado em Farmácia Bioquímica pela UFMA (1990), mestre em Toxicologia e Análises Toxicológicas pela USP (1998) e doutor em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos pela UFPB (2007). Em fevereiro de 2013 concluiu o pós-doutorado pela Universidade Paris 8 sobre o tema da prevenção ao uso indevido de drogas no meio universitário.
É atualmente Professor Adjunto de Farmacologia e Toxicologia para Enfermagem e Medicina, além de Vice-Diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UFCG, além de Editor da Revista Saúde & Ciência (ISSN 2177-6679)


Durante a palestra:

















Local: Sala 15 -  Hall das Placas
Horário: 14:00.
Data: 27 de junho

Por Izabelle Aline

Ensaio fotográfico retrata casais do mesmo sexo.


Em 2011, a fotógrafa Maika Elan comprou a briga pelos direitos dos homossexuais no Vietnã, onde a tradição associa gays a drogas e DSTs. Ela decidiu mostrar o que muita gente não queria ver em The pink choice, uma série de retratos de casais do mesmo sexo que moram em Hanói, Ho Chi Minh e Da Nang. O trabalho acaba de receber o World Press Photo, a maior premiação de fotojornalismo do mundo, na categoria Questões Contemporâneas. Merecido.
Maika integra um grupo que está mudando a cena dos direitos humanos no país. Em 2012, a primeira parada LGBT foi feita na capital e, este ano, políticos, como o ministro da Saúde, passaram a pedir aprovação do casamento gay, o que faria do Vietnã o primeiro país asiático a regular o tema.
Sobre a mudança, Maika diz à Tpm: “Não tenho certeza se minhas fotos podem ajudar. Mas acredito que os casais fotografados são confiantes o bastante para lutar”.
Vejam as fotos no link: http://revistatpm.uol.com.br/revista/132/bazar/imagina-no-vietna.html#6
Por: Izabelle Aline

segunda-feira, 24 de junho de 2013

PEC 215- Que País Você Quer?


Por: Carolina Albuquerque

Pesquisa retrata o trabalho dos quilombolas em carvoarias capixabas

Um trabalho de mapeamento social da regularização fundiária e trabalho nas carvoarias beneficiará comunidades quilombolas do norte do Espírito Santo. Com o apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos, a pesquisa ”Cartografia Social das Comunidades Quilombolas e o Carvão no Sapê do Norte” é destinada para lideranças quilombolas, agentes públicos e universidades. 
De acordo com o coordenador do estudo e professor na Universidade Federal do Espírito Santo, Sandro José da Silva, o trabalho em cartografia foi desenvolvido pelos jovens quilombolas das comunidades pesquisadas, devido a linguagem acessível e facilidade de obter informações. “O trabalho é um retrato social que tem por objetivo alertar os organismos municipais, nacionais e internacionais quanto à utilização indevida dos recursos públicos destinados às comunidades quilombolas”. 
Pesquisa Racismo Ambiental - Dados mostram que no Brasil, o número de trabalhadores entre 5 e 17 anos de idade era de 4,3 milhões em 2009, o que representava 9,8% das crianças e adolescentes do país. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, no mundo, o problema afeta hoje aproximadamente 15,5 milhões de crianças. 
Estes números ganham rosto quando constatamos que a maioria das crianças nessa situação são meninas negras. No caso das crianças quilombolas capixabas, que trabalham nos fornos de carvão, configura-se o Racismo Ambiental, pois concentra os danos à saúde, desenvolvimento social e econômico a uma parcela determinada da população. 
Oportunidade – Os frutos de trabalho da pesquisa, já estão disponíveis na internet. O livro Quilombos Capixabas pode ser compartilhado nas redes sociais a partir do endereço:http://issuu.com/quilomboscapixabas e a exposição fotográfica pode ser visitada virtualmente no sitehttp://www.flickr.com/photos/quilomboscapixabas.  



Cartografia - (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas. O vocábulo foi pela primeira vez proposto pelo historiador português Manuel Francisco Carvalhosa, 2.º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8 de dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser internacionalmente consagrado pelo uso. Das muitas definições usadas na literatura, colocamos aqui a atualmente adaptada pela Associação Cartográfica Internacional (ACI): 
Conjunto dos estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que intervêm na elaboração dos mapas a partir dos resultados das observações diretas ou da exploração da documentação, bem como da sua utilização.

Por: Carolina Albuquerque

quinta-feira, 13 de junho de 2013

PET de A a Z - 20 de Junho

"Um olhar sobre os processos de transformações no semiárido nordestino: o desafio da construção da pesquisa no LASAP"

com a Professora Ramonildes Alves Gomes  




Sobre a palestrante: 
Ramonildes  Gomes  é professora da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais do CH/UFCG desde 2005. Possui bacharelado em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba (1992), mestrado em Sociologia pela UFSCAR (1998), doutorado em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2005) e pós-doutorado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (CRBC/EHESS - 2010) e pós-doutorado Université Paris Ouest Nanterre La Défense (2010) na França. Iniciou sua atividade docente na Universidade Federal da Paraíba em 1998, ministrando aulas nos curso de Medicina Veterinária e Engenharia Florestal, foi também membro do CONSEPE. Atualmente é professora Adjunto III da Universidade Federal de Campina Grande e desde 2010 é Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS-UFCG), além de atuar como Docente e Pesquisadora em dois Programas de Pós-Graduação, PPGCS e Mestrado e Desenvolvimento Regional, uma parceria entre a UFCG e a UEPB. É autora de trabalhos científicos publicados em anais e periódicos nacionais, assim como de capítulos de livros. Atua como editora chefe da Revista Raízes, uma das mais conceituadas revistas da área de Sociologia Rural no Brasil. Atualmente é também Diretora-Presidente da Rede de Estudos Rurais, eleita para o biênio 2012-2014, membro titular da Câmara Superior de Pós-Graduação e membro suplente do Colegiado Pleno da UFCG.

Local: Sala 15 -  Hall das Placas
Horário: 14:00h
Data: 20 de junho

Por: Carolina Albuquerque

terça-feira, 11 de junho de 2013

PET de A a Z 15 de Junho

"As imagens míticas em 'A pequena vendedora de fósforos', de Hans Christian Andersen"

com o Professor Antônio Gomes  da Silva





Resumo

Os objetivos deste artigo são, primeiramente, a explicitação das várias imagens míticas guardadas no conto “A pequena vendedora de fósforos”, de Hans Christian Andersen; e, em segundo lugar, a partir do explicitado, a colocação da questão do sentido conjunto e unitário dessa ‘constelação de imagens’. Para elaborar resposta à explicitação e questionamento propostos, procede-se à apreensão do narrado – implícito ou explícito – a partir de diversos pontos de vista narrativos. Como resultado desse procedimento, põe-se à luz o que ‘aparece’, de modo invariável, sob as variadas perspectivas consideradas. O que ‘aparece’, com isso, é o substrato mítico da narrativa de Andersen, a força de histórias cheias de humanismo e sensibilidade.

Antonio Gomes possui Graduação em Filosofia - Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1987), Mestrado em Filosofia (Ufpe-Ufpb-Ufrn) pela Universidade Federal da Paraíba (1993) e Doutorado em Letras (Letras Clássicas) pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal de Campina Grande.


Durante a Palestra:





Postado por: Carolina Albuquerque

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Filme: "Índios, memória de uma CPI"





O filme "Índios, memória de uma CPI" é um média metragem de 32 minutos de

duração que utiliza o material cinematográfico que documentou a histórica
Comissão Parlamentar de Inquérito, realizada pela Câmara dos Deputados em
1968 e que investigou a situação dos povos indígenas.



A CPI do Índio, como na ocasião ficou conhecida essa iniciativa da Câmara
Federal, foi a primeira Comissão de Inquérito (CPI) que saiu do prédio do
Congresso para fazer suas investigações in loco. Inicialmente foram
pensadas cinco viagens para regiões onde mais se agudizavam os conflitos
entre índios e as frentes pioneiras. 



Fui convidado por Olympio Serra, o antropólogo assessor da CPI, para
documentar as viagens dos deputados. Contando com a colaboração direta da
Universidade de Brasília, com uma câmera Arri/16, do Hospital Distrital de
Brasília e um Nagra do Smithoniam Institute, eu, fotografando e dirigindo, e
Fernando Almeida, fazendo o som, filmamos as duas viagens que a CPI
conseguiu realizar até o fatídico dia de 13 de dezembro de 1968, dia do AI-5.



Na primeira viagem, aos estados do Pará, Goiás e Maranhão, contamos com a
presença de Maurice Capovilla, que na época colaborava na reestruturação do
Departamento de Cinema da Universidade de Brasília, e muito auxiliou nas
primeiras filmagens do documentário. 



A CPI foi interrompida pelo AI-5, vários dos seus membros foram cassados,
inclusive o seu relator o Dep. Marcos Kertzmann, e não concluiu os seus
trabalhos.



O filme também sofreu as consequências da brutalidade política: os negativos
e o som me foram tomados. Estava adiada a primeira tentativa do cinema
brasileiro em colocar a questão do índio como problema social e político,
antes toda a cinematografia indígena era etnográfica. Anos mais tarde viria
o pioneiro "Terra dos Índios" de Zelito Viana, "Uirá" de Gustavo Dahll e
mais tarde o "Mato Eles" de Sérgio Bianchi.



Ficou adiada também, a minha estreia num filme de fatura semi profissional. 


Anos se passaram e nunca aceitei a violência política de que fomos vítimas.
Finalmente consegui, quinze anos depois, reaver os originais de imagem e
som de forma rocambolesca, mas isso já é outro filme. 



A colaboração da TV CÂMARA foi determinante na finalização do filme, em 1998, ano em que a Camapanha da Fraternidade tem a questão indígena como tema. E,
que esse filme participe da continuada, diária, luta contra o preconceito e
pelo respeito às diferenças étnicas. 



Autoria: Hermano Penna


Por: Carolina Albuquerque

domingo, 9 de junho de 2013

A decadência do indigenismo brasileiro


"Redescoberta do Relatório Figueiredo, sobre abusos cometidos pelo extinto SPI (Serviço de Proteção ao Índio), lembra o longo drama dos índios no país".
























O incêndio que destruiu sete andares do Ministério da Agricultura, em Brasília, no dia 16 de junho de 1967, transformou em cinzas milhares de documentos depositados na sede do Serviço de Proteção aos Índios (SPI). O incêndio ocorreu às vésperas da instalação da comissão de inquérito no SPI, ordenada pelo Ministro do Interior, General Albuquerque Lima, e chefiada pelo procurador Jáder Figueiredo Correia, em resposta aos graves fatos apontados por comissões de inquéritos da Câmara dos Deputados. Na época, o incêndio foi visto com suspeição, pois interessava a muitas pessoas acusadas de irregularidades a destruição desses arquivos.

Essa tragédia impulsionou um projeto de salvamento do acervo do SPI que ainda restava disperso pelo país, nos postos indígenas e delegacias da Funai, no início dos anos 1970. Milhares de documentos foram trazidos ao Museu do Índio para constituir, em 1976, um Centro de Documentação Etnológica. Esse acervo, de mais de 600 mil páginas, encontra-se agora preservado, higienizado, microfilmado e disponibilizado para o público. Nas últimas décadas, foi acessado por centenas de pesquisadores e possibilitou, com suas informações históricas, a delimitação de dezenas de terras indígenas. Hoje, o acervo integra o Registro Nacional do Brasil do programa “Memória do Mundo” da Unesco.

O que restava de documentação do SPI no arquivo da Funai, em Brasília, foi transferido, em 2008, para o Museu do Índio, inclusive um processo com 30 volumes, identificado recentemente como o Relatório Figueiredo (1968). No final dos anos 1960, esse relatório teve grande repercussão pública nacional e internacional, mas foi logo marginalizado pela ditadura militar.

Em menos de um ano de investigação — de julho de 1967 a abril de 1968 — a equipe do procurador Figueiredo visitou dezenas de postos indígenas e encontrou muita corrupção disseminada entre os servidores do SPI. Havia exploração ilegal da terra e do trabalho indígena, em situações inclusive de escravidão. O procurador mostrou-se impressionado com a violência sofrida pelos índios, pois encontrou prisões fétidas e constatou castigos físicos, maus-tratos, espancamentos, torturas e humilhações, produzidas pelos responsáveis pelos postos indígenas.

A produção agrícola indígena era desviada e apropriada por prepostos dos postos indígenas, enquanto jovens índias sofriam violências sexuais. Com a invasão de áreas indígenas, madeiras e minérios eram saqueados, matas devastadas e realizados contratos viciados e irregulares com madeireiras, por meio de propinas distribuídas a servidores.

Figueiredo constatou que essa situação perdurava há muito tempo e que havia conivência e protecionismo da direção do SPI com os servidores corruptos. Sem conseguir viajar por todas as áreas indígenas para estender suas investigações, o procurador valorizou a denúncia de massacres como o dos índios cinta larga, em 1963, no paralelo 11 (Mato Grosso) e a invasão das terras dos índios kadiwéu por latifundiários matogrossenses desde o final dos anos 1950.

Após o encerramento do inquérito, Figueiredo fez um balanço do seu trabalho ao depor, em junho de 1968, em nova CPI instaurada pelo Congresso Nacional para avaliar a situação dos índios no Brasil. À CPI o procurador disse que, ao encontrar índios doentes e famintos, interpretou a omissão governamental como extermínio, um genocídio desconhecido pelos brasileiros. A isto se somavam as iniciativas de governos estaduais e assembleias legislativas, contrárias aos interesses indígenas, dificultando ao máximo a concessão de terras para os índios.

O relatório retratava um contexto de decadência do indigenismo brasileiro. Figueiredo lembrou que causou grande comoção pública o fato de o documento relacionar, de uma só vez, inúmeros crimes ocorridos nas últimas décadas da ação indigenista estatal. Durante todo o processo de investigação, o procurador sofreu mais de 30 ameaças — de morte, de agressão e de constrangimento a sua família, mas não esmoreceu, tendo afastado dezenas de servidores, solicitado processos criminais contra ex-diretores e contribuído para a extinção do SPI. O que sua equipe descobriu também é encontrado disperso nos milhares de documentos do Fundo SPI, depositados no Museu do Índio e divulgados em artigos do livro “Memória do SPI” (Museu do Índio, 2011).

Hoje, territórios indígenas ainda são invadidos e seus recursos naturais explorados ilegalmente, com grande dano ambiental ao patrimônio de diferentes povos indígenas, como os yanomami. Na defesa de suas famílias e terras, índios são assassinados ou sofrem lesões corporais, culminando na onda de suicídios que atingem, há anos, os guarani kaiowá, diante da ausência de perspectivas de vida.

Rondon e Roquette-Pinto sempre se referiam ao sofrimento dos índios ao longo da História e à grande dívida moral do Brasil e dos brasileiros com esses povos. Como a leitura do Relatório Figueiredo aprofunda o nosso conhecimento do drama indígena, a circulação desses fatos — apoiada por narrativas de índios — impõe à Comissão da Verdade as mesmas atitudes éticas de indignação que, em determinados momentos de nossa História, contribuíram para o avanço da cidadania. Não seria o reconhecimento de injustiças históricas frente aos índios um fato extremamente significativo para fundamentar novas iniciativas do Estado brasileiro, junto a esses povos, em suas demandas atuais?

Autoria de Carlos Augusto da Rocha Freire, doutor em Antropologia Social e coordenador de Divulgação Científica do Museu do Índio, autor de “O SPI na Amazônia: política indigenista e conflitos regionais (1910-1932)” (2007); “Rondon: a construção do Brasil e a causa indígena” (2009); organizador de “Memória do SPI: textos, imagens e documentos sobre o Serviço de Proteção aos Índios (1910-1967)”.

Retirado:

Por: Carolina Albuquerque