quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Em cada três assassinatos no Brasil, dois são de negros

Em São Paulo

No Brasil, em cada três assassinatos, dois são de negros. Em 2008, morreram 103% mais negros que brancos. Dez anos antes, essa diferença já existia, mas era de 20%. Esses números estão no Mapa da Violência 2011, um estudo nacional apresentado hoje pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz.

Os números mostram que, enquanto os assassinatos de brancos vêm caindo, os de negros continuam a subir. De 2005 para 2008, houve uma queda de 22,7% nos homicídios de pessoas brancas; entre os negros, as taxas subiram 12,1%. O cenário é ainda pior entre os jovens (15 a 24 anos). Entre os brancos, o número de homicídios caiu de 6.592 para 4.582 entre 2002 e 2008, uma diferença de 30%. Enquanto isso, os assassinatos entre os jovens negros passaram de 11.308 para 12.749 - aumento de 13%.
No Estado da Paraíba, em 2008, morreram 1.083% mais negros do que brancos.
Em Alagoas, no mesmo ano, foram 974,8% mais mortes de negros. Em 11 Estados, esse índice ultrapassa 200%. As diferenças são pequenas apenas nos Estados onde a população negra também é menor, como no Rio Grande do Sul, onde a diferença é de 12,5%; Santa Catarina, com 14,7%; e Acre, com 4%.
Pobres
"Alguns Estados têm taxas insuportáveis. Não é uma situação premeditada, mas tem as características de um extermínio", diz o pesquisador Waiselfisz. "A distância entre brancos e negros cresce muito rápido", ressalta. Ele credita essa diferença à falta de segurança que envolve a população mais pobre, em que os negros são maioria. "O que acontece com a segurança pública é o que já aconteceu com outros setores, como educação, saúde, previdência social: a privatização. Quem pode, paga a segurança privada. Os negros estão entre os mais pobres, moram em zonas de risco e não podem pagar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Retirado do Site: www.uol.com.br

Att. Jamilly Cunha

2 comentários:

  1. Mais uma prova do preconceito existente no nosso país.
    E é porque as pessoas dizem que isto não existe.

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  2. Os praticantes da violência vivem na margem da sociedade, vivenciando um ato como se pertencesse apenas, unicamente a eles, jovens, pobres, de cor negra.A sociedade, o Estado precisa refletir, se eles são gente ou não! Eles vivem dessa forma porque escolheram, acreditam ser a melhor forma de viver? Temos que pensar como esses jovens foram educados, se seus pais têm uma estrutura familiar, de que forma vivia a geração anterior da família. São vários fatores incutidos neste fenômeno violência, a culpa não é só do que pratica a violência. Há nele uma configuração do lugar onde vive relações com outros seres, regras que são estabelecidas de acordo com o lugar.

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