Continuando o Ciclo de Palestras, que intitulamos de PET de A a Z, que ocorre todas as quintas-feiras, a partir das 14, na Sala 15, Hall das Placas do Centro de Humanidades da UFCG.
Durante uma hora o nosso convidado apresenta um aspecto, uma questão, uma atividade que queira ressaltar na sua trajetória acadêmica e a seguir a platéia tem igual tempo para debate.
Max Weber e a Índia: rompendo com o eurocentrismo
Com o advento da indologia na Europa, principalmente na Alemanha romântica, a Índia deixará de ser uma matéria de especulação livre e passará a ser uma disciplina ministrada com regras rígidas, não obstante, etnocentricamente hegelianas. Weber será o único intelectual não-orientalista ligado à investigação histórica e sociológica que tentará transgredir as barreiras impostas pelo academicismo indológico alemão com raízes hegelianas – o que inclui o marxismo –, combatendo aFilosofia da História que desqualificava o Oriente como infantis. Tal desqualificação, como nos alerta Bermejo Barrera, expressava aqueles elementos que constituem a ideia clássica dahistória universal: a unidimensionalidade política, o caráter linear do progresso, o caráter sexista que exclui a mulher da história, a supressão ou rebaixamento do “outro” não-ocidental e não-cristão, o caráter providencial que reflete a ideia de que vivemos no melhor dos mundos históricos possíveis: onde tudo cumpre uma função e é necessário; e, por fim, o etnocentrismo que sustentou o discurso – por meio de inúmeras ciências, inclusive das Ciências Humanas – do colonialismo e da superioridade do homem branco, cristão e europeu.
Prof. Dr. Arilson Oliveira
Ciências Sociais (UFCG)
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