domingo, 27 de fevereiro de 2011

Primeira mulher indígena a virar militar no Brasil

Depois de passar fome, Waiãpi é a primeira mulher indígena a virar militar no Brasil
Fabíola Ortiz
Do interior da floresta amazônica, aos 14 anos, ela resolveu ir para a cidade, mendigou e passou fome, aprendeu a ler e foi condecorada com diversas medalhas de literatura. Estudou artes, foi atleta, virou fisioterapeuta e cursa hoje a terceira graduação em saúde. Essa é a trajetória de Silvia Nobre Waiãpi que, aos 35 anos, tornou-se a primeira militar indígena a integrar as Forças Armadas no Brasil, no último dia 3 de fevereiro.

A índia disputou uma vaga com 5.000 candidatos e foi aprovada com uma das melhores pontuações no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, onde concluiu o treinamento e hoje serve no Hospital Central do Exército como aspirante. Depois de seis meses, será promovida a 2º tenente.

Fabíola Ortiz
retirado:www.uol.com.br

Att. Jamilly Cunha

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Em cada três assassinatos no Brasil, dois são de negros

Em São Paulo

No Brasil, em cada três assassinatos, dois são de negros. Em 2008, morreram 103% mais negros que brancos. Dez anos antes, essa diferença já existia, mas era de 20%. Esses números estão no Mapa da Violência 2011, um estudo nacional apresentado hoje pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz.

Os números mostram que, enquanto os assassinatos de brancos vêm caindo, os de negros continuam a subir. De 2005 para 2008, houve uma queda de 22,7% nos homicídios de pessoas brancas; entre os negros, as taxas subiram 12,1%. O cenário é ainda pior entre os jovens (15 a 24 anos). Entre os brancos, o número de homicídios caiu de 6.592 para 4.582 entre 2002 e 2008, uma diferença de 30%. Enquanto isso, os assassinatos entre os jovens negros passaram de 11.308 para 12.749 - aumento de 13%.
No Estado da Paraíba, em 2008, morreram 1.083% mais negros do que brancos.
Em Alagoas, no mesmo ano, foram 974,8% mais mortes de negros. Em 11 Estados, esse índice ultrapassa 200%. As diferenças são pequenas apenas nos Estados onde a população negra também é menor, como no Rio Grande do Sul, onde a diferença é de 12,5%; Santa Catarina, com 14,7%; e Acre, com 4%.
Pobres
"Alguns Estados têm taxas insuportáveis. Não é uma situação premeditada, mas tem as características de um extermínio", diz o pesquisador Waiselfisz. "A distância entre brancos e negros cresce muito rápido", ressalta. Ele credita essa diferença à falta de segurança que envolve a população mais pobre, em que os negros são maioria. "O que acontece com a segurança pública é o que já aconteceu com outros setores, como educação, saúde, previdência social: a privatização. Quem pode, paga a segurança privada. Os negros estão entre os mais pobres, moram em zonas de risco e não podem pagar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Retirado do Site: www.uol.com.br

Att. Jamilly Cunha

Site de Antropologia

Site Comunidade Virtual de Antropologia
viitem: www.antropologia.com.br

Att. Jamilly Cunha

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Indígena tira carteira de identidade aos 76 anos

Com sorriso contagiante, dona Brigida André, de 76 anos, se destacava na multidão que lotou o auditório do Tribunal Regional Eleitoral em Mato Grosso do Sul, na última sexta-feira (3). Todos estavam reunidos pelo mesmo motivo: a entrega da documentação indígena. Moradora de Água Bonita, reduto de indígenas da etnia Terena, em Campo Grande, a dona Brigida ainda não tinha Carteira de Identidade. Só que a dela, como a de todos os indígenas presentes, é diferenciada. Além dos dados do documento trazem também informações sobre a aldeia e etnia. Motivo de orgulho para dona Brigida. Esse modelo faz parte de um projeto piloto “Cidadania, Um Direito de Todos” que acontece no estado, que tem a segunda maior população indígena do País.

Dona Brigida foi retirar o documento acompanhada da neta Maria Auxiliadora, de 27 anos, que também não tinha Certidão de Nascimento. As duas fizeram registro da documentação após um multirão que mobilizou diversos órgãos governamentais. Como elas, cerca de 8 mil indígenas urbanos de Campo Grande, de acordo com estimativas do Conselho Nacional de Justiça, ainda não possuem o Registro Administrativo Nacional Indígena (RANI), RG (Registro Geral), CPF (Cadastro de Pessoa Física), Certidão de Nascimento e Carteira de Trabalho.

A primeira ação foi realizada na Escola Sulivan Silvestre, localizada dentro da primeira aldeia urbana do País, a Marçal de Souza, no Bairro de Tiradentes, em Campo Grande. A cacique dessa aldeia é a Enir da Silva Bezerra, de 55 anos, também participou do evento e retirou a segunda via do RANI. “Tem gente que não tem dinheiro para ir a um cartório retirar um documento e na hora que consegue um emprego tem dificuldade. Não tem carteira de trabalho, RG, CPF, e não consegue abrir uma conta. Acaba perdendo o emprego”, afirma.

Segundo o diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Aloysio Guapindaia, a Funai tem uma dívida histórica com as populações indígenas. “Estar em dia com a documentação é o primeiro passo para termos acessos aos benefícios e ações do governo. Quero aqui afirmar que a Funai vai continuar empenhada em promover multirões com os demais órgãos para que todos tenham os seus documentos”, declara o diretor que participou do evento de entrega da emissão de documentos.

Multirões - No total 1.070 índios foram cadastrados no projeto. A Funai atendeu a 220 índios para a emissão do RANI e o Cartório de Registro Civil atendeu 258 pessoas. Foram emitidos também 217 CPFs e 216 RGs.

Att. Jamilly Cunha
retirado: bloggerfunai.com

Paraibanos estão presos na Líbia e famílias aguardam resgate

Cinco paraibanos, que buscaram na Líbia uma alternativa de trabalho, agora estão vivendo momentos difíceis com os conflitos no país contra o líder Muammar Kadhafi, que está no poder há 41 anos. Os paraibanos são naturais de Campina Grande e trabalham na construtora brasileira Queiroz Galvão, que contratou um navio para realizar o resgate.

Dois irmãos e um filho de Fátima Silva estão na cidade de Benghaz, no leste da Líbia, local que o conflito teve início. "Meu filho ligou ontem e disse que estava bem e em um hotel. Eu é que estou desesperada", contou nesta quarta-feira (23). Um cunhado e uma cunhada de Fátima, também estão no país. Eles vivem na Líbia há um ano.

O filho de Fátima, Carlivando Silva, de 25 anos, trabalha como mestre de obras da empresa. Os irmãos dela, Afonso Carlos da Silva e Luis Carlos Silva, também trabalham na construtora. Segundo Fátima, Carlivando não soube informar a data e horário que ele e seus parentes retornam ao Brasil.

No total, cerca de 180 brasileiros, funcionários da construtora Queiroz Gaivão, estão na Líbia aguardando o resgate que será feito pelo mar. A empresa contratou um navio que está a caminho da cidade de Benghaz.

Entre 500 e 600 brasileiros vivem atualmente na Líbia, em sua grande maioria empregados de empresas do país, como a própria Queiroz Galvão, a Odebrecht e a Petrobras.

Saída pelo mar

Segundo o chanceler Antonio Patriota, o navio com os brasileiros deve chegar entre esta quarta (23) e quinta-feira (24). A solução da saída pelo mar é a melhor opção, já que o aeroporto da cidade está destruído e nas estradas certamente terão pontos de conflito. A solução usada pela Turquia também deve ser usada pelo Brasil.

Os brasileiros serão levados para a ilha de Malta, mas a empresa de construção Queiroz Galvão, por questões de segurança, não informou detalhes sobre o embarque.

Retirado:http://www.paraiba1.com.br

Att. Jamilly Cunha

Brasileiros pré-históricos faziam "arte" com mortos

Escavações em MG revelam pinturas, cortes e mistura de ossos de pessoas

Regras lógicas parecem ter guiado rituais em gruta da região de Belo Horizonte, entre 8.800 e 8.200 anos atrás



Uso do crânio de uma pessoa como recipiente para os demais ossos de outra

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

Na hora de lidar com a morte, criatividade é o que não faltava à misteriosa gente que vivia no coração de Minas Gerais há quase 9.000 anos. Os sepultamentos ali parecem ter sido obras de arte, cuja principal matéria-prima era o corpo humano.
Cortados com instrumentos de pedra, os ossos de diversos mortos podiam ser reunidos dentro do crânio de outra pessoa. Em outros casos, o uso de tinta ou fogo dava uma aparência diferente ao cadáver. E, às vezes, dentes de um indivíduo eram arrancados para adornar os restos mortais de outro.
O inventário dessas estranhas práticas está sendo feito pelo arqueólogo André Strauss, cujo mestrado na USP versou sobre o tema. "Embora a região seja escavada desde o século 19, com centenas de esqueletos encontrados, todo mundo achava que os sepultamentos ali eram muito simples, muito sem graça", diz ele.

DE OLHO NO CRÂNIO
Até então, lembra Strauss, o principal interesse dos cientistas era o formato do crânio dos chamados paleoíndios, como são conhecidos os povos que habitavam as Américas no período.
A região central de Minas é famosa por ter abrigado uma gente cujas feições lembravam os atuais africanos e aborígines da Austrália, bem diferente do tipo físico dos índios atuais. É lá que foi achada a célebre Luzia, mulher mais antiga do continente, com mais de 11 mil anos.
Ao longo desta década, uma equipe da USP liderada pelo bioantropólogo Walter Neves (que orientou o mestrado de Strauss) e pelo arqueólogo Renato Kipnis voltou à região e fez uma exploração detalhada da gruta conhecida como Lapa do Santo. O resultado: 26 sepultamentos que enterram a ideia de que os funerais ali padeciam de falta de imaginação.
"É muito difícil saber o que se passava na cabeça das pessoas. Mas dá para perceber, por exemplo, regras lógicas na maneira como esses ossos eram cortados", diz Strauss, que hoje faz seu doutorado no Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva (Alemanha).
Há, por exemplo, uma estranha simetria: nos enterros "compostos", quando o crânio é de um adulto, o resto do esqueleto é de crianças, enquanto ossos de pessoas maduras acompanham crânios infantis. Uma mandíbula perfurada parece não ter sido um mero colar: ossos foram arrumados em cima dela, como se fosse uma cesta.
"Muita gente me pergunta se não há uma ligação disso tudo com canibalismo. Mas um dos sinais de antropofagia é quando os ossos humanos encontrados num sítio [arqueológico] são tratados da mesma maneira que os ossos de animais, e isso a gente não vê", pondera ele.
Outra possibilidade, a de sacrifício humano e posterior ritual com os mortos, também não parece muito provável, argumenta Strauss. Não há sinais de violência -fraturas na cabeça, por exemplo- entre os mortos da gruta. Os ossos parecem ter sido manipulados (e descarnados) logo depois da morte.
É tentador pensar na Lapa do Santo como uma Cidade dos Mortos, um local onde as tribos da região se reuniam para celebrar a ida de seus membros para o além.
Porém, diz o arqueólogo, coleções antigas de esqueletos de outros sítios também andam revelando marcas de corte, agora que foram reanalisadas. "Antes não se prestava atenção a isso."
A pesquisa recebeu apoio financeiro da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).



http://www1.folha.uol.com.br/fsp/indices/inde22022011.htm

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Delegado que agrediu cadeirante volta ao trabalho em SP

O delegado Damasio Marino, que no mês passado agrediu um cadeirante depois de discussão a respeito de uma vaga de estacionamento, voltou ao trabalho nesta segunda-feira após cumprir afastamento de 30 dias.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Marino vai continuar afastado da função de delegado. Na época da agressão, ele era titular da 6ª Delegacia de Polícia de São José dos Campos.
A partir de agora, e até que a Corregedoria da Polícia Civil conclua o procedimento administrativo que apura sua conduta, Marino vai exercer funções administrativas dentro da Delegacia Seccional de São José.
O procedimento administrativo deve ser concluído até a metade de abril e vai definir se o delegado será punido. Ele poder ser demitido.
Marino já é réu em processo em que é acusado de crimes de injúria, ameaça e lesão corporal dolosa (quando há intenção), todos agravados por abuso de autoridade e violação de dever inerente ao cargo.
No dia 17 de janeiro o advogado e cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini repreendeu o delegado por ter estacionado seu carro em uma vaga pública destinada a deficientes físicos em frente a um cartório da cidade.
Ele diz que o delegado o agrediu com coronhadas na cabeça, bateu com a ponta da arma em seu rosto e o ameaçou. Cinco testemunhas ouvidas pela Corregedoria da Polícia Civil confirmam a versão do cadeirante.
Já Marino nega que tenha usado a arma para bater no cadeirante, mas admite ter dado "dois tapas" nele após ter sido xingado e recebido uma cusparada no rosto.
A Corregedoria da Polícia Civil abriu também inquérito para investigar uma ameaça de morte contra o cadeirante. Uma perícia feita no celular de Morandini comprovou que a ligação com a suposta ameaça partiu de um telefone da Delegacia Seccional de São José.

Att. Jamilly Cunha


FÁBIO AMATO
DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Universidade pública cresce entre maiores

Das oito públicas presentes na lista das 20 com mais alunos do país, seis ganharam posições entre 2008 e 2009

Enquanto a rede particular perdeu mais de 40 mil matrículas em um ano, o sistema ganhou cerca de 78 mil

Apu Gomes/Folhapress

Calouros brincam em lago artificial na USP ontem, dia de matrícula da segunda chamada

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Em um cenário de estagnação, as universidades públicas conseguiram melhorar suas posições no ranking das 20 maiores escolas do país. Das oito presentes na lista, seis subiram de posição de um ano para o outro.
A constatação está presente no detalhamento por instituição do Censo da Educação Superior 2009, realizado pelo Ministério da Educação, a que a Folha teve acesso.
Em relação a 2008, cresceu também o número de universidades públicas entre as 20 maiores (de sete para oito).
A USP era a sexta escola com mais matrículas presenciais; subiu para o quarto lugar. A UFRJ (federal do Rio) pulou do 14º para o 9º. Quatro das seis públicas que melhoraram são federais.

DADOS GERAIS
O ganho de posições de universidades públicas reflete os dados gerais do sistema universitário brasileiro. Enquanto a rede privada perdeu pouco mais de 40 mil matrículas em um ano, o sistema oficial ganhou 78 mil.
Dos 5 milhões de matrículas presenciais no país, só 25% (o que corresponde a 1,25 milhão) estão no sistema público. Atualmente, menos de 15% dos jovens cursam o ensino superior. A meta do governo é chegar a 30%.
Como explicação para o movimento, analistas do setor apontam que a rede privada chegou perto da saturação de seu modelo atual, e a rede federal se beneficia do programa de expansão, iniciado em 2007.
Exemplos: as privadas Estácio de Sá e Uniban perderam, respectivamente, 7% e 11% de suas matrículas. Já as federais do Rio e de Pernambuco cresceram 19% e 10%.
"O crescimento das escolas públicas é positivo, mas insuficiente para atender à necessidade de mão de obra do país", afirmou o presidente da consultoria CM (especializada em gestão universitária), Carlos Monteiro.
Segundo Monteiro, a tendência é que a rede privada busque mecanismos para melhorar a qualidade de seus cursos, principalmente tentando atrair os melhores docentes, o que garantiria a permanência dos alunos.
Já Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto de Física da USP-São Carlos e pesquisador do Instituto Lobo, afirma que "sem melhorias no financiamento dos alunos, a rede privada não voltará a crescer". Ele também entende que apenas a rede pública não conseguirá manter a expansão necessária de matrículas no ensino superior.

QUALIDADE
Os dados detalhados do censo mostram que as 13 universidades reprovadas nas avaliações federais em 2008 perderam 13% das matrículas no ensino superior.
Já entre as oito tops, houve aumento de 19% na quantidade de estudantes.

retirado: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2202201104.htm

att. Jamilly Cunha

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Instituição de ciência discrimina mulher

São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


Estudo diz que mulheres recebem menos dinheiro para fazer pesquisa

Além disso, homens, que já estão na chefia, tendem a escolher homens para os cargos altos e importantes

Paula Giolito/Folhapress

Ana Paula Chiaradia, coordenadora de matemática da Unesp, na sua sala de trabalho

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Quem conhece a história de Lawrence Summers, ex-reitor de Harvard, pode concordar com um estudo recente que afirma: o preconceito contra mulheres na ciência é, sobretudo, institucional.
Summers ficou conhecido em 2008 por afirmar que as mulheres teriam menos aptidão para as ciências.
A frase causou comoção e manifestações de cientistas. Três anos depois, o debate está longe de ser esgotado.
Stephen Ceci e Wendy Williams, da Universidade Cornell, EUA, debruçaram-se sobre 20 anos de dados sobre candidatura a vagas de trabalho, financiamento de pesquisa e publicação de artigos científicos nos EUA.
Eles viram que a quantidade de mulheres na ciência aumentou desde a década de 1970. Mas elas ainda não chegam ao topo por causa da chamada "discriminação institucional".
Por exemplo, as mulheres recebem menos recursos para fazer pesquisa e têm menos oportunidades de trabalho em ciências -especialmente nos cargos de chefia.
O trabalho está publicado na revista científica PNAS ("Proceedings of the National Academy of Sciences").
Os autores verificaram também que em algumas áreas, como na matemática, as cientistas revelam que se sentem tão isoladas e insatisfeitas no meio "masculino", que desistem da carreira.
Para a socióloga da Unicamp Maria Conceição da Costa, que estuda gênero e ciência, a a pesquisa dos EUA faz bastante sentido.
"As mulheres não conseguem alcançar os mesmos patamares porque a maior parte dos comitês de julgamento de bolsas é formado por homens, assim como os líderes de pesquisa e chefes de departamento", diz.
Em outras palavras: homens tendem a escolher homens para cargos de chefia.
Uma das exceções é a professora Ana Paula Marins Chiaradia, coordenadora de matemática da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Guaratinguetá.
"Nunca me senti isolada ou insatisfeita, nem percebi qualquer tipo de discriminação por ser mulher", conta.
A matemática, no entanto, revela que teve dificuldades para conciliar a maternidade com a profissão porque os órgãos de fomento não estão "preparados" para lidar com cientistas mamães.
"A maternidade atrapalhou a minha produção científica e senti incompreensão por parte dos órgãos que me avaliam", contou Chiaradia.
"É difícil voltar a trabalhar depois de uma licença maternidade. A cabeça está no filho e não na pesquisa", diz.
Apesar de conquistas recentes no Brasil, como licença maternidade para bolsistas de mestrado e doutorado (concedida ano passado), as mamães pesquisadoras saem perdendo nas avaliações de produtividade.

Att. Jamilly Cunha

REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DO MERCOSUL

A IX Reunião de Antropologia do Mercosul, "Culturas, Encontros e Desigualdades", que ocorrerá em Curitiba, no campus da Universidade Federal do Paraná, entre os dias 10 e 13 de julho de 2011, está com as incrições abertas para a submissão de resumos para os GT's indicado no site: http://ram2011.org/

Inscrição on-line de propostas de trabalho em Grupos de Trabalho Até 03/03/2011
Envio de trabalhos completos para autores aprovados Até 09/06/2011

Att. Jamilly cunha

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Rede social LiveMocha promove o ensino de várias línguas através do encontro entre alunos e nativos

RIO - Simone Nomura chegou a fazer um curso de inglês pago na USP, mas precisou largar por falta de grana. Para continuar estudando, seguiu a dica de uma amiga, professora de inglês, e entrou no LiveMocha (www.livemocha.com), uma rede social para ensino de línguas. Criado em 2007, o site conecta pessoas dispostas a ensinar sua língua nativa e aprender idiomas de outros países. Os brasileiros já são 12% dos usuários no mundo, o equivalente a 1,8 milhão de pessoas.
O LiveMocha possui tanto módulos gratuitos quanto pagos. De graça, são exercícios de vocabulário básico. Para ir além, é preciso pagar, mas o preço é bem mais em conta do que de um curso tradicional: o pacote de um ano sai por, aproximadamente, R$ 250. Já o custo mensal é de R$ 35.
Achou estranho aula de inglês sem professor, sala de aula e livro didático? Simone garante que isso não é problema. Afinal, não tem nenhum colega para puxar assunto em português.
- A correção dos exercícios é feita por pessoas nativas na língua, que dão dicas muito legais, como expressões do idioma. Às vezes, utilizamos expressões formais demais para algumas situações ou um tanto informais para outras. Eles ajudam com dicas - exemplifica Simone, que trabalha como secretária-executiva de um projeto da prefeitura de São Paulo.
Ela conta que não é difícil encontrar quem esteja disposto a ensinar, já que a curiosidade sobre o Brasil é muito grande. E sobram americanos e australianos para tirar as dúvidas de inglês. Além de exercícios de texto, é possível também gravar mensagens para que seus amigos corrijam a pronúncia, por exemplo.
O formato de rede social facilita, inclusive, a criação de amizades. A rede funciona nos moldes do Facebook: é possível adicionar amigos que terão acesso às suas atualizações (no caso do LiveMocha, suas dúvidas). Simone ficou amiga de uma chilena que a ajuda nas lições e também manda mensagens quando ela passa mais de um dia sem entrar. Motivação extra para estudar e bater papo.
Há ainda a possibilidade de se tornar tutor do site. O LiveMocha recruta entre os usuários aqueles com bom aproveitamento na correção de sua língua nativa. Eles trabalham para garantir a qualidade dos cursos pagos. É o caso de Olizal Azevedo. Em 2007, ele entrou para o site na tentativa de aperfeiçoar o seu inglês e não saiu mais. Sempre que consegue uma folga, corrige exercícios feitos em português. O pagamento é feito tanto em dinheiro quanto em créditos na própria rede social para custear os módulos pagos.



Publicada em 16/02/2011 às 08h41m
Leonardo Cazes

MPF discute situação de quilombolas em Paratibe

O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF/PB) participou neste fim de semana de uma audiência pública com a comunidade quilombola de Paratibe, localizada na região sul do município de João Pessoa, para tratar da titularidade das terras localizadas na área da comunidade. A audiência, promovida pela Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pelo MPF, teve a participação de mais de 150 pessoas, entre elas, membros da comunidade, governo, universidades, pesquisadores, antropólogos, ambientalistas, fundações, organizações não-governamentais e interessados no assunto.
O principal objetivo da audiência pública foi esclarecer a comunidade sobre o processo de regularização de seu território e sobre as diversas políticas públicas relacionadas ao Programa Brasil Quilombola. A comunidade negra de Paratibe está localizada em uma área de forte especulação imobiliária, fato que, somado à falta de regularização, vem diminuindo, ao longo dos últimos 50 anos, o território ocupado pelas famílias remanescentes dos antigos escravos.
Segundo informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), muitos terrenos já foram vendidos a preços irrisórios e outros ocupados irregularmente, mas, atualmente, as áreas estão sendo vendidas a preços elevados. “Loteamentos são abertos e conjuntos habitacionais erguidos da noite para o dia, muitas vezes sem autorização da prefeitura de João Pessoa e sem respeito às leis ambientais”, afirmou Maria Ester Fortes, antropóloga do Incra.
Conforme o procurador regional dos direitos do cidadão, Duciran Farena, o Ministério Público Federal está acompanhando o processo de regularização do território da comunidade quilombola. “Em primeiro lugar nós verificamos quais são os entraves e as possíveis dificuldades que envolvem o processo que se encontra no Incra. Por outro lado, o Ministério Público também está alerta para mover ações judiciais contra aqueles que estiverem, de maneira ilegal, estabelecendo empreendimentos imobiliários na área do quilombo”, ressaltou.
A procuradora regional da República Maria Luiza Grabner, coordenadora do Grupo de Trabalho do MPF, Quilombos, Povos e Comunidades Tradicionais, também participou da audiência. Para a procuradora a sua presença na Paraíba representa a unidade do Ministério Público em relação à visão no tratamento das causas quilombolas. “Viemos à Paraíba trazer a experiência de outros procuradores que já lidam com essa matéria em outros estados e que têm uma mesma linha de atuação. Nós apoiamos o trabalho que o MPF na Paraíba tem feito nessa área e colocamos o GT Quilombos à disposição do procurador Duciran Farena para o que ele precisar”, destacou. Além da procuradora, também participou da audiência a antropóloga do MPF, Ângela Maria Baptista.
Para a professora do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba, Fátima Rodrigues, a história mostra que existiram no estado várias áreas em que os negros que fugiam do trabalho escravo se fixaram. “É o caso da comunidade negra de Paratibe, que tem a certidão emitida pela Fundação Cultural Palmares. Essas pessoas residiam na área, produziam, cultivavam e tinham um modo de vida relacionado com esta terra. Pela sua origem étnica e pela sua ancestralidade, cuja história mantém vínculos com o trabalho escravo, eles são quilombolas. Então, o desejo da comunidade de Paratibe de retomar a posse dessas terras é completamente legítimo”, afirmou Fátima Rodrigues, que também preside a Comissão de Direitos Humanos da UFPB.
Segundo Joseane Pereira da Silva Santos, membro do quilombo de Paratibe, o auto reconhecimento como quilombolas partiu de toda a comunidade. Joseane Pereira explicou que os quilombolas de Paratibe querem se assegurar daquilo que é da comunidade porque eles ainda não têm a titularidade das terras em que habitam.
200 anos
Segundo o Incra, a comunidade negra de Paratibe é composta por cerca de 100 famílias que moram no local há, pelo menos, 200 anos. O quilombo de Paratibe é mencionado em levantamentos históricos que remetem a 1822, período da independência da República. Em julho de 2006 a comunidade recebeu a certidão de auto-reconhecimento, emitida pela Fundação Cultural Palmares e em novembro de 2007 requereu ao Incra a abertura do processo para regularização do território.
De acordo com a Constituição Federal, as comunidades remanescentes dos quilombos possuem direito à terra. Conforme a lei, o uso dessas terras deve ser feito pelas próprias comunidades, de acordo com os seus costumes e tradições, de forma a garantir a reprodução física, social, econômica e cultural dos grupos em questão. Para o MPF, a manutenção desse direito é essencial para a preservação da própria identidade cultural da comunidade.
A comunidade de Paratibe, localizada no bairro Valentina Figueiredo, na capital, juntamente com a comunidade quilombola da Serra do Talhado, em Santa Luzia do Sabugi, são os dois únicos quilombos localizados em área urbana na Paraíba.
att. Jamilly Cunha
retirado: http://www.portalcorreio.com.br/noticias/matLer.asp?newsId=171185

domingo, 13 de fevereiro de 2011

SEMANA DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

A Semana de Filosofia da Universidade Federal da Paraíba ocorrerá entre os dias 28 de março e 1 de abril de 2011, nas dependências do Centro de Ciências Humanas e Artes. O evento consistirá em minicursos, palestras, comunicações e mesas redondas, sendo que as propostas para apresentação de trabalhos tem como data final, o dia 10 de março. A inscrição pode ser feita pelo e-mail semanadefilosofiaufpb@gmail.com e confirmada na noite da abertura, dia 28 de março.

Att. Jamilly Cunha