segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quilombo de Mangueiras, em Belo Horizonte,pode ser impactado pela Copa de 2014

O Quilombo Urbano de Mangueiras, em Belo Horizonte , com processo avançado de
titulação junto ao INCRA, está ameaçado por um projeto de urbanização da Prefeitura do
Município de Belo Horizonte. O projeto apresenta como uma de suas justificativas a
construção de alojamentos para a Copa do Mundo de 2014, uma Vila da Copa.
Em 2008 uma equipe de antropólogos da UFMG elaborou um detalhado Relatório
Antropológico de Caracterização Histórica, Econômica e Sociocultural do quilombo (uma
verdadeira etnografia com mais de 200 páginas) que integra o processo de RTID do INCRA, já publicado no DOU. Parte do perímetro de cerca de 20 hectares pleiteado é hoje terra da família Werneck, uma influente família na cidade, que detém uma grande área não urbanizada na região. O espaço que até pouco tempo era desvalorizado, porestar em uma das regiões mais pobres de Belo Horizonte e devido ao seu relevo acidentado, se tornou em poucos anos cobiçado pelo mercado imobiliário, diante de realização de empreendimentos públicos, principalmente após a construção do novo Centro Administrativo do Governo Estadual, localizado a cerca de 5 quilômetros da Comunidade Quilombola de Mangueiras.
A família entrou com contestação ao Relatório Antropológico junto ao INCRA, há quase um ano, mas o recurso ainda está em análise. Simultaneamente, esta mesma família tem
negociado junto com outros empreendedores e a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte,
um projeto de urbanização da região lançado com grande euforia no final de março, na
mídia local.
Para a viabilização do empreendimento, a prefeitura propôs a alteração da Lei de Uso e Ocupação do Solo para a região, que já se encontra em discussão na Câmara de Belo
Horizonte. Em uma das matérias de um jornal local, a atuação entre prefeitura e
empreendedores privados tem sido chamada de “operação urbana consorciada”, pois em
troca da aprovação desse novo zoneamento, os empreendedores se comprometeriam em
financiar infraestrutura e equipamentos públicos para este “novo espaço”. Com as
mudanças, a permissão para construir na área aumentaria de 16,3 mil para 72 mil unidades habitacionais, um aumento de 440% da capacidade atual, com estimativa de custo de 7,7 bilhões. No acordo também faz parte o empréstimo de 3 mil unidades habitacionais para abrigar a Vila Olímpica durante a Copa do Mundo de 2014 (Jornal Estado de Minas,28/03/2010, p.26-27).
Tanto o novo zoneamento da região, quanto a proposta do empreendimento,
desconsideram o processo de titulação da Comunidade de Mangueiras junto ao INCRA. Os
dois parecem considerar apenas a atual posse do grupo e não o território pleiteado, embora a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte tenha sido devidamente notificada pelo INCRA sobre o processo de regularização territorial em curso. Sobre parte desse território está prevista a criação de uma RPPN e a construção de uma via “pública”, com 16 pistas, no moldes da Avenida Antônio Carlos, nesta capital.
O receio é que, em pouco tempo, comecem as obras de urbanização dentro do perímetro
pleiteado, prejudicando de modo irrecuperável o direito ao território do Quilombo de
Mangueiras. Tal risco é ainda maior diante dos fortes interesses imobiliários envolvidos no caso, bem como do fato do projeto vir atrelado às obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014, o que pode fazer com que prazos e embargos que deveriam ser respeitados venham a ser facilmente ignorados.
Cabe destacar que o Quilombo já vinha sendo pressionado pela ocupação urbana
desordenada à sua volta, com graves prejuízos ambientais. O fato, contudo, de um projeto oficial de ocupação ser lançado sem considerar o pleito territorial da comunidade quilombola ali existente é ainda mais grave e demanda medidas urgentes de proteção.
A comunidade Quilombola de Mangueiras é composta por 19 famílias residentes em 15
casas. Todos descendentes do casal de lavradores negros, Cassiano e Vicência, na segunda metade do século XIX, anterior a criação da cidade de Belo Horizonte.
Esse casal, junto com seus 12 filhos, utilizavam estas terras para seu sustento e para a reprodução do seu modo de vida, em uma área de aproximadamente 8 alqueires, cerca de 387 mil metros quadrados. Do território original o grupo hoje vive em cerca de 17 mil metros quadrados, dos quais, cerca de 90% apresentam fortes restrições ambientais devido a forte aclividade da área e das inúmeras nascentes de água.
Histórico de Invisibilidade.Este grupo tem sofrido processos contínuos de invisibilidade. Apesar do grupo possuir uma territorialidade centenária, a história oficial da cidade não a considera. Sua presença sempre fora invizibilizada por outros grupos sociais presentes na mesma região, portanto, não é de
se estranhar que a instalação da família Werneck na região, por volta da década de 20, tenha transformado a então Região do Isidora em região da Granja Werneck.
O registro do auto-reconhecimento pelo Estado Brasileiro em dezembro de 2005, e o
processo de titulação realizado pelo INCRA, parece não ter sido suficiente para que os empreendimentos realizados nos últimos anos considerasse a existência desse grupo social e considerasse medidas que resguardassem sua territorialidade frente aos impactos gerados por tais empreendimentos. Só nesses últimos anos foram pelo menos 4 grandes empreendimentos no chamado “vetor norte” de Belo Horizonte, a maioria, realizada pelo governo do Estado de Minas Gerais: o fortalecimento do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, a duplicação da MG-10, conhecida por Linha Verde, a construção do novo Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais e a duplicação da MG-20 que subtraiu parte de seu território.
Como a história parece se repetir, a comunidade foi surpreendida pelo anuncio desse novo empreendimento, que segundo os jornais, tem sido negociado a mais de um ano. Durante esse tempo a comunidade não foi convidada para participar de nenhuma discussão sobre o projeto. Um dos maiores desafios do grupo ao longo do último ano foi o de tentar inserir no endereçamento oficial da cidade, o Quilombo de Mangueiras, e assim poder registrar sua Associação. Enquanto isso uma das matérias publicadas afirma que a área é uma das “últimas áreas livres” de Belo Horizonte, ou ainda que ela pertenceria a alguns poucos proprietários.
Nessa semana, ainda sob o impacto da morte de sua liderança histórica e presidente da
Associação Quilombola de Mangueiras, o Sr Valter Silva, representantes da comunidade se reuniram com o Procurador da República em Minas Gerais , Dr. José Jairo Gomes, que ficou de estudar o caso. Esperamos que o Ministério Público atue de forma que prevaleça o interesse social da proteção de um território étnico seja resguardado frente ao interesse privado, por maior que ele seja.
Para além desta frente junto ao Ministério Público Federal, nós antropólogos e
pesquisadores associados do Núcleo de Estudos de Populações Quilombolas e Tradicionais -NuQ/UFMG pedimos apoio na divulgação desta moção e na luta das comunidades tradicionais pela permanência em seus territórios.
Belo Horizonte, 12 de abril de 2010


ASS: Melise Lima

SBPC-Divulga programação

62ª Reunião Anual- SBPC
31/5/2010 - Já está disponível a programação preliminar da 62ª Reunião Anual da SBPC, que será realizada de 25 a 30 de julho de 2010, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN), O evento, cujo tema central será “Ciências do Mar: Herança para o Futuro”, contará com 69 conferências, 61 mesas-redondas, 27 simpósios, 11 encontros e seis sessões especiais.

http://www.sbpcnet.org.br/natal/arquivos/programacao.pdf

Att. Jamilly Cunha

PET de A a Z- 02 de junho

Pessoal,
no dia 02 de junho contaremos com a presença do Professor Luis Henrique, e não mais com o Professor Jesus.

Logo divulgarei o tema da próxima quarta, fiquem atentos...

Jamilly Cunha

sexta-feira, 28 de maio de 2010

ENEPET




Olá!!!!

Começa hoje o Encontro Regional dos Grupos Pet(ENEPET).O encontro ira acontecer na UFPB durante os dias 28 a 30 de maio.

ASS:Melise Lima

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Estudante africana agredida na UFPB!

A estudante de Letras da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Chadidjatu Cassama, 23 anos, prestou queixa, na tarde desta terça-feira, por agressão física e racismo contra Wagner da Silva Pereira, 28 anos, que oferecia serviços de cartões de crédito. A jovem é natural de Guiné Bissau, vive há três meses em João Pessoa (PB). Ela ficou internada por quase 24 horas em um hospital de emergência, em virtude de uma crise nervosa.

A confusão que envolveu Kadija e Wagner aconteceu na tarde de segunda, dentro da UFPB. Em depoimento prestado à delegada da Mulher Renata Matias, a estudante disse que se recusou a fazer um cartão de crédito oferecido por Wagner e que ele teria feito um gesto obsceno que ela desconhecia.


Ao descobrir o significado do gesto, Kadija teria ido conversar com Wagner para tomar satisfações. "Ela contou que ele teria negado o gesto, que a agrediu verbalmente e depois fisicamente com um pontapé na região do tórax", afirmou a delegada. Renata confirmou que a estudante alegou que as agressões verbais tinham conteúdo racista.

A agressão foi presenciada por diversas pessoas. Testemunhas afirmam que o vendedor teria chamado a estudante de "negra cão". Ele foi conduzido pela Polícia Militar até 4ª Delegacia, no bairro do Geisel.

A delegada Juvanira Holanda, que registrou a ocorrência, disse que não considerou o caso racismo. O incidente foi registrado como injúria e vias de fato e o acusado foi liberado.

No entanto, para o Procurador Federal Duciran Farena trata-se de um caso claro de discriminação racial. "Dizer que não há racismo em chamar o outro de 'negro-cão' ou de 'negro safado' é revelar desconhecimento da lei. Se vítima e agressor vivessem juntos, será que a delegada iria dizer que houve apenas injúria e vias de fato, para não aplicar a Lei Maria da Penha?", disse.

O Ministério Público Federal pediu oficialmente o afastamento da delegada do caso, mas o inquérito já tinha sido transferido para a Delegacia da Mulher, para onde a estudante foi levada para prestar queixa assim que deixou o hospital. Abalada, ela não quis dar declarações à imprensa. O hospital confirmou que Kadija teve crise nervosa.

Os amigos da comunidade africana também procuraram a Polícia Federal. "A PF ficou de acompanhar o caso. A primeira delegada não chegou nem mesmo a pedir um exame de corpo delito", disse o amigo da jovem Jorge Fernandes, também estudante de Guiné Bissau. Segundo ele, mais ou menos 45 alunos de países da África estudam na UFPB, mas isso nunca havia acontecido.

Ao assumir o caso, a delegada da Mulher disse que deve chamar o acusado para novo depoimento e pediu exame de corpo delito. Para ela, o trauma psicológico da agressão provocou a crise nervosa. "Vou começar a ouvir as testemunhas para esclarecer melhor o que aconteceu", afirmou Renata Matias.

Wagner Pereira garante que não teve atitude racista contra a estudante, mas confessou que errou ao chutá-la. Ele disse que houve apenas um cumprimento de mãos entre os dois e que horas depois, ela teria vindo tirar satisfação já bastante alterada. "Ela passou dez minutos correndo atrás de mim e jogando pedras, quando não aguentei mais a chutei como forma de defesa que acabou sendo uma agressão. Ela bateu e voltou, caindo em cima de mim. Depois teve uma crise nervosa", afirmou.

Wagner disse que gritou com a estudante a chamando de "doida" e não de "negra cão". "Não era para ter tomado essa proporção e por causa disso fui demitido por justa causa e vou responder a processo na polícia", disse.

Matéria de Michelle Sousa

Postagem: Melise lima

Entrevista com João Pacheco de Oliveira, sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA)

Fabíola Munhoz

Em entrevista ao site Amazonia.org.br, o antropólogo, integrante da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), João Pacheco de Oliveira, explica porque a entidade é contra a forma como vem sendo conduzido, pelo governo federal, o projeto de construir a usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).

Para o professor, o processo de autorização da obra tem se realizado com pressa excessiva e sem o devido diálogo com os povos indígenas, para a chegada a um consenso sobre a definição de medidas compensatórias aos impactos que o empreendimento trará a essas populações. Ele, em parte, responsabiliza a Fundação Nacional do Índio (Funai) por essa falta de consulta aos índios. Confira a conversa com o antropólogo.

Amazonia.org.br- Por que a ABA se preocupa com o projeto de Belo Monte?

João Pacheco de Oliveira- A ABA tem uma tradição de se posicionar com relação a projetos de lei ou ações que possam ser prejudiciais aos direitos indígenas. A associação faz isso há mais de 20 ou 30 anos, por meio de uma Comissão de Assuntos Indígenas. Nós temos feito manifestações à opinião pública, às autoridades, recomendando, no caso em que a gente percebe que os índios poderão ser prejudicados, algum rumo de ação.

Amazonia.org.br- Em que aspectos a obra traria riscos aos direitos indígenas?

Oliveira- Nós não temos propriamente um estudo mais circunstanciado, feito pela ABA, sobre essas questões. A associação também não chegou a organizar uma comissão para tratar especificamente o assunto. Mas, isso não impede que a gente ache que o projeto está sendo tocado com uma pressa inadequada e sem avaliações, que conviria existirem. A Constituição Federal fala sobre isso, é importante haver um ponto de vista indígena, uma negociação com os indígenas, um acordo do ponto de vista desses povos. E a gente tem visto ações, pela mídia, ou recebemos manifestações, como a do cacique Megaron, de profunda insatisfação com relação à obra.

Existem também antropólogos e ambientalistas próximos à questão que tem manifestado grandes preocupações sobre a repercussão disso. Eles acham que o projeto deveria ser fortemente revisto, em relação aos grupos atingidos, e em relação a se cumprir requisitos técnicos necessários. Acho que um empreendimento dessa monta só deve ser realizado desde que haja um consenso entre vários estudos científicos, entre várias análises, e que haja uma aceitação por parte dos atores sociais envolvidos diretamente, o que, a nosso ver, não está configurado.

Amazonia.org.br: Quando fala sobre a falta de negociação com os índios, o senhor se refere ao desrespeito à Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)?

Oliveira- De fato, deve haver essa consulta. A convenção foi aceita pelo governo brasileiro e tem gerado normas de atuação da cooperação internacional, do Banco Mundial, ações da Funai, do Ministério do Meio Ambiente, têm sempre que possível respeitado esse dispositivo, do consenso informado, da consulta esclarecida. Esses são princípios básicos de uma administração pública contemporânea. Não é possível esquecer isso e começar a agir de um modo extremamente acelerado.

Amazonia.org.br- Durante a análise dos impactos de Belo Monte, faltaram estudos antropológicos na região que será atingida pela obra?

Oliveira- Acho que, em combinação com os estudos ambientais, seria recomendado. Se o governo realmente resolver adotar uma política mais adequada em relação a isso, estudos mais acurados poderiam ser feitos. O governo não deveria ver isso como o direito de reclamar, não é isso. O que está se buscando é uma medida de bom senso em relação à proteção dos direitos dos cidadãos da Amazônia e dos direitos constitucionais brasileiros. Não é uma questão de teimosia de grupos ecologistas, antropólogos ou índios. É uma questão do cumprimento das normas e de uma boa política. Essa é uma obra de grande envergadura, e não pode começar a ser feita sem que haja todos os estudos e sejam levantadas as várias possibilidades, de maneira que haja mitigação de qualquer efeito que possa ser levantado por essas ações. É correto que tais ações só sejam iniciadas quando todos os estudos necessários estiverem concluídos, prevendo indenizações, mitigações, resolvendo os direitos das pessoas atingidas, e não sem que isso esteja resolvido, como na situação atual.

Amazonia.org.br- Quais serão os impactos de Belo Monte à cultura dos indígenas, já que muitos terão atividades tradicionais, como a pesca e a navegação, prejudicadas pela barragem?

Oliveira- Naturalmente, um empreendimento dessa natureza deve ter pressão sobre a organização social, a cultura, os rituais, o modo de pensar dos índios. Exatamente por isso a gente acha que deve haver cautela, cuidado, para que não se dê uma ação deletéria, exclusiva, mas que possa até ser feita uma ação em eventual benefício ao próprio grupo atingido. Afinal, se o grupo vai abrir mão de determinados controles que ele exerce sobre o meio ambiente, não o fará certamente para ser prejudicado, mas sim, para receber coisas que ele considera como compensações, que o permitam não sofrer perdas culturais e sociais significativas.

Amazonia.org.br- Diante das atitudes recentes do governo Lula, pode-se dizer que ele não tem demonstrado preocupação com a conservação da riqueza cultural indígena?

Oliveira- Eu acho que é difícil avaliar o governo como um todo. Do ponto de vista sociológico, pensamos em grupos de atuação. No caso da política indigenista, acho que os canais do órgão oficial, da Funai, estão meio limitados, e por isso não fazem o que deveria ser o papel deles. O órgão deveria estar, nesse caso, mediando a situação, conversando com os índios, tentando produzir esses estudos, discutindo com a sociedade civil e com pesquisadores, gerando soluções. Mas, não vejo a Funai nessa posição de tomar iniciativas. Acho que ela está numa postura defensiva. E deveria ser o contrário. A Funai deveria tomar iniciativas, defender os direitos indígenas, realizar estudos, negociar com a sociedade civil e os índios soluções adequadas e de consenso. Mas, se a fundação não dispõe dessa credibilidade, ou dessa estrutura de legitimidade do ponto de vista dos índios, fica mais difícil para ela fazer essa ação. E tem havido manifestações de lideranças indígenas de várias partes do Brasil bastante críticas com relação à atuação da Funai.

Então, o momento exigiria bastante cautela. Se o governo não possui um bom negociador na área indigenista, é melhor ele de certa forma botar suas barbas de molho para não ter um prejuízo político de grande envergadura, que seja resultante de uma ação antipopular, que vai trazer danos à população, e pode ser extremamente politizada num ano de disputa eleitoral.

Amazonia.org.br- Essa postura da Funai pode ser reflexo de uma imposição das decisões do governo federal sobre o modo de agir do órgão, como se tem observado em relação ao Ibama?

Oliveira- Eu acho que há diferença entre os estudos que foram feitos pelos técnicos da Funai e a posição que foi adotada somente pelo órgão, que é de perfilhamento com a posição geral do governo. A função de quem exerce uma tarefa técnica na Funai não é a mesma de cargos políticos, diplomáticos. Ela exige alertar o governo para os riscos que estão sendo corridos, com relação aos impactos reais do projeto e também com relação à polarização da opinião pública sobre isso. Para ter havido tantas matérias na última semana sobre Belo Monte, seria bom o governo reavaliar se ele está mesmo avançando em termos de popularidade, ou simplesmente se desgastando numa questão que parece, para a opinião pública, como a luta entre Golias e Davi.

Amazonia.org.br- A mobilização alcançada pelos indígenas contra Belo Monte representa um marco do poder de organização desses povos na luta pelos seus direitos?

Oliveira- Eu acho que não é tanto assim. Nós passamos no ano passado uma questão extremamente importante, que foi Raposa Serra do Sol [terra indígena de Roraima], situação resolvida ao final, com a homologação do território e atuação firme e eficiente do governo, no sentido de assegurar os direitos indígenas. Essa relação foi mais paradigmática, em termos da relação entre os povos indígenas e o governo brasileiro, porque envolvia repensar todo o processo de demarcação de terras indígenas, a participação de organismos estaduais, do Congresso Nacional e da Justiça. De certa maneira, todas as terras indígenas, não só Raposa Serra do Sol, a partir dessa decisão do Supremo Tribunal Federal [determinando a demarcação de Raposa Serra do Sol em terras contínuas], estavam em discussão também.



ASS: Melise Lima
Olá!

o site do enapet já está disponível:

http://www.ena.pet.ufrn.br/

ass; Melise Lima
Olá pessoal!

Durante os dias 26 à 28 de maio no centro de extensão está acontecendo a Iv Reunião Intermediária da ANPOCS,com a temática Trabalho e Sindicalismo.O evento teve inicio nessa quarta-feira,dia 26 de maio,às 18:30 com uma mesa de abertura composta pelos seguintes membros:Roberto véras(UFCG),Darcilne Gomes(FUNDAJ),Elina Pessanha(PPGSA/UFRJ),Ivan Targino(ABET/UFPB)e Rodrigo Grunewald(PPGCS/UFCG).Em seguida foi formada outra mesa intitulada " a crise Global e suas implicações no trabalho" composta por:Ivan Targino,dari Krein,Luis Campos,Darcilne Gomes(como coordenadora) e Alexandre Barbosa( como debatedor).Em virtude da ausencia de José ricardo ramalho,o Alexandre barbosa o substituiu como debatedor da mesa.
a discussão girou em torno das considerações gerais sobre a crise,suas implicações e impactos.Foi destacado também o entendimento das diferentes escolas acerca da crise.também teve destaque na discussão os paises onde primeiro se desenvolveu essa crise e também aqueles paises que responderam mais rápido à crise.


Um convite a todos para participar desse evento!!!

ASS;melise Lima

terça-feira, 25 de maio de 2010

PET DE A a Z

Olá pessoal!
estou convidando a todos para comparecer amanha ás 14:00 horas na sala 15 para mais uma apresentação do Pet de A a z.O palestrante será o professor José Gabriel Corrêa,que irá versar sobre o seguinte tema:


Pesquisando Instituições e Práticas Estatais: refletindo sobre ação tutelar entre populações indígenas


A apresentação tratará de refletir sobre a pesquisa antropológica com instituições estatais, dentro daquilo que tem sido denominado de investigações sobre a política indigenista – a política estatal dedicada a administrar (tutelar) populações indígenas. Dentro de uma perspectiva entendida de maneira mais abrangente como antropologia histórica e/ou antropologia política, procurarei através da recuperação de trajetórias de construção de pesquisas e objetos, refletir sobre as especificidades da pesquisa antropológica em arquivos estatais.


ASS: Melise Lima

Xingu - A luta dos Povos pelo Rio



O projeto hidrelétrico de Belo Monte

O leilão da obra acaba de ser feito e revela enormes inconsistências técnicas e econômicas, que vieram se somar àquelas referentes aos impactos socioambientais, configurando uma operação de alto risco.

Obsessão do presidente Lula e da sua pré-candidata Dilma Roussef, paira sob a maior obra de engenharia do PAC e do mundo a suspeita de açodamento motivado pela agenda eleitoral, num país em que as grandes empreiteiras são, tradicionalmente, as maiores financiadoras de campanhas políticas.

Mas construir Belo Monte não é inevitável.
Já foi possível empatar Belo Monte uma vez, por que não outra vez?
A sociedade bem informada e mobilizada pode pesar no rumo dessa história, que promete ainda muitos capítulos.

Desenvolvimento, sim! De qualquer jeito, não!

acesse o vídeo : http://www.youtube.com/watch?v=8uMte7NR8k8&feature=player_embedded


Postagem: Érika Alves

O Primeiro Empate de Belo Monte



Por Beto Ricardo/ISA


Em outubro de 1988 viajei a aldeia Gorotire, a convite dos Kayapó, para uma conversa sobre o projeto hidrelétrico que o governo queria implementar na Volta Grande do rio Xingu.

De Redenção (PA) até lá voei num monomotor dos próprios Kayapó, acompanhado pelo cinegrafista Murilo Santos, com uma câmera super-vhs. Nós dois trabalhávamos para um programa de apoio aos povos indígenas do CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação), uma associação civil de inspiração democrática criada nos anos 1970. Aos poucos o colegiado de líderes kayapó foi se formando na Casa dos Homens, no centro da aldeia, sob a coordenação de Paiakã. O pequeno avião fazia “pernas” para buscá-los nas várias outras aldeias espalhadas pelo sul do Pará e norte do Mato Grosso.

Ultimato
As perguntas que não queriam calar eram as seguintes: o que é o projeto hidrelétrico da Volta Grande do Xingu? Quais os impactos sobre o rio e os nossos territórios e aldeias, e por que o governo não nos consultou?

Diante da precariedade das informações disponíveis publicamente sobre o projeto e a soberba das autoridades em não atender aos pedidos de explicação por parte dos índios e tratar do assunto somente com a Funai, os Kayapó partiram para um ultimato: escrever uma carta dirigida a autoridades federais solicitando informações e tratativas, mas estipulando um prazo. Caso o governo não respondesse, uma grande manifestação seria realizada em Altamira no início de 1989. Eu datilografei essa carta que foi assinada pelas várias lideranças e, posteriormente, protocolada nos Ministérios afins e na Eletornorte.

Baridjumoko em Altamira
Zero de retorno. O prazo dado pelos Kayapó venceu. Com isso, a decisão de rumar para Altamira passou a ser implementada, como parte do ciclo ritual tradicional que leva à festa do milho (baridjumoko), tão bem manejado pelas lideranças intermediárias, com o apoio dos velhos e o ânimo da rapaziada.

Em dezembro um fato imprevisto viria amplificar enormemente a manifestação Kayapó em Altamira. Às vespéras do natal, o líder seringueiro Chico Mendes foi assassinado no quintal da sua casa em Xapuri, interior do Acre, tão distante, tão perto dali.

Em janeiro de 1989 um grupo de jovens guerreiros kayapó construiu uma aldeia cenográfica numa chácara emprestada pela igreja católica, localizada na periferia de Altamira. Aos poucos foram chegando muitos kayapó, incluindo mulheres e crianças. Para a manifestação os velhos escolheram o ginásio de esportes, no centro da cidade.

Repercussão planetária
Durante vários dias esse evento foi um dos centros das atenções no mundo. Nunca se havia visto tantos jornalistas juntos na cobertura de um evento no Brasil. Voos fretados despencavam diretamente do exterior. Políticos, celebridades nacionais e internacionais, ativistas de várias origens, oportunistas de diferentes calibres.

O Encontro de Altamira – cuja memória ainda está submersa – foi um ponto de convergência entre movimentos sociais e ambientalistas. Tornou-se uma referência para o processo que levou à fundação do ISA (em abril de 1994) e um ícone da perspectiva socioambiental que hoje, mais e mais, se espalha pelo país e mundo afora. A imagem do gesto de advertência de Tuíra, encostando o lado da lâmina do seu terçado no rosto do então diretor da Eletronorte ganhou as primeiras páginas dos jornais e correu o mundo.



Postagem: Érika Alves

Nota da Comissão de Ética SOBRE PLÁGIO

Nota da Comissão de Ética SOBRE PLÁGIO


Infelizmente, a Comissão de Ética tem recebido com certa regularidade acusações de
plágio. Reunida em 13 de maio de 2010, em Brasília, a Comissão deliberou o seguinte:
1) No que diz respeito a conflitos específicos envolvendo plagio, a ABA só pode se
pronunciar sobre a dimensão ética dos fatos quando nestes estiverem envolvidos
associados seus;
2) para que a acusação seja analisada pela Comissão de Ética da ABA é necessário que o
associado da ABA plagiado tenha movido um processo Judicial e que este tenha chegado
ao seu término;
3) casos reconhecidos de plagio pela Justiça serão devidamente analisados pela Comissão,
que tomará as medidas cabíveis de acordo com o estatuto da Associação.
A ABA renova com veemência sua posição estritamente contraria à prática do plágio na
vida acadêmica.
Comissão de Ética
Gustavo Lins Ribeiro Miriam Grossi Luís R. Cardoso de Oliveira


ASS: Melise Lima

sábado, 22 de maio de 2010

Congresso do Peru aprova lei de consulta a povos indígenas.

O Congresso do Peru aprovou nesta semana um projeto de lei que obriga as autoridades a cosultarem previamente os indígenas do país sobre assuntos relativos a seus territórios. A lei é considerada um avanço para os indígenas e garante a legitimidade de suas reinvidicações por direitos.

A Lei de Consulta aos Povos Indígenas e Originários se baseia no cumprimento de uma das diretrizes da Organização Internacional do Trabalho sobre o direito a consulta dos povos indígenas. O texto é apoiado pelo Peru desde 1993. Ainda que a nova decisão não represente poder de veto dos indígenas, ela deverá garantir mais debate sobre acordos e consentimentos entre o Estado e populações tradicionais.

A aprovação do projeto de lei ocorre quase um ano depois dos conflitos que marcaram 5 de junho de 2009, quando morreram 23 policiais e 9 indígenas que protestavam contra o governo havia meses. Alguns dias antes do episódio, autoridades do Peru autorizaram a intervenção das Forças Armadas em manifestações pelo país, o que deixou o clima tenso entre polícia e protestantes.

O surgimento do projeto ocorreu no dia seguinte, quando a Defensoria do Povo no Peru pediu uma lei de consulta aos povos indígenas. Na época, os indígenas peruanos exigiam a revogação de nove decretos que afetavam o território amazônico, segundo eles, entre os quais se destaca o que eliminava o sistema de consulta às comunidades antes de aprovar concessões para exploração de gás e petróleo.

As negociações para a instalação de novas empresas na região estavam aceleradas desde o início do ano passado, quando os presidentes Alan García e George Bush acertaram os últimos detalhes para a implantação do Tratado de Livre Comércio Peru-Estados Unidos. Agora, o presidente do Peru está com viagem marcada para se encontrar com Barack Obama. Ele deve permanecer nos Estados Unidos de 31 de maio a 3 de junho.

Em nota publicada nesta sexta-feira (21), a Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep) afirma que a aprovação da nova lei significa "um passinho de muitos outros que faltam". Segundo a instituição, existem erros no processo e artigos confusos. A Aidesep chega a sugerir que sejam suspensas todas as concessões dadas a exploradoras de gás natural, petróleo ou mineradoras até que a lei seja promulgada.

No Brasil, que tem intenção de participar da construção de hidrelétricas no Peru e explora petróleo na região, por meio da Petrobras, indígenas protestam contra o governo de forma permanente desde o início do ano.

Na última quarta-feira (19), um grupo de indígenas foi impedido de entrar no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, e houve confusão. Alegando que não foram consultados, os índios protestavam contra a emenda à medida provisória que cria o Conselho Nacional Indigenista.

Após o confronto entre indígenas e a Polícia Legislativa da Câmara, o Plenário rejeitou a implantação do Conselho Nacional Indigenista. A decisão foi comemorada pelos indígenas. Segundo eles, o conselho extinguiria direitos básicos de saúde e educação. Acampados em frente a Esplanada dos Ministérios desde 2 de janeiro, os indígenas também pedem o fim do decreto 7056/09, que reestruturou a Fundação Nacional do Índio (Funai). O decreto fechou postos de vigilância em aldeias e administrações regionais.


Érika Alves

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Petição Quilombolas

Petição Quilombolas
Por Por Boaventura de Sousa Santos 19/05/2010 às 13:21


Está para ser julgada no Supremo Tribunal Federal brasileiro a Ação Direta de Inconstitucionalidade 3239, de relatoria do Ministro Cezar Peluso. Nessa ação, proposta em 2004 pelo antigo partido da Frente Liberal(PFL), atualmente denominado como Democratas (DEM), questiona-se o conteúdo do Decreto Federal 4887/2003 que regula a atuação da administração pública para efetivação do direito territorial étnico das comunidades de remanescentes de quilombo no Brasil.

Veja a máteria completa no link
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/05/471776.shtml

Jamilly Cunha

FORUM PARAIBANO DOS GRUPOS PET

No dia 15 de maio aconteceu o Fórum paraibano dos grupos Pet. O evento foi realizado no Centro de Extensão José Farias de Nóbrega ás 8:00 as da manhã,e teve fim às 13:00 horas.
A abertura do fórum se deu com uma mesa redonda composta,em seguida foram realizados dois encontros, o encontro de piscianos e o encontro de tutores.No encontro de Petianos,discutimos algumas questões com relação à aumento de bolsa,o encontro Enepet e também houve uma eleição para escolhas os representantes paraibanos dos Pet´s.
Após o encontro de petianos a programação seguiu com a realização de dois grupos de trabalhos,os quais versaram sobre o "Impacto na Formação e Perspectivas" e "avaliação do Pet".Nos dividimos em equipes de forma que participássemos dos Dois Grupos de trabalho.Por último aconteceu a Assembléia com objetivo de discutir os assuntos que foram levantados nos grupos de trabalho e no decorrer do evento.Chegamos a alguns pontos considerados relevantes ,os quais podemos destacar:
GT 1:
• Interação entre o Pet e o corpo docente e discente
• Fortalecer eventos,tais como.Interpet,Forum ,etc.
• Integração do Pet com demais programas de extensão (PROBEX,PIBIC...)
• Estabelecer momentos para discutir o que é Ensino,Pesquisa e extensão

GT 2:
• Ajustar o sistema SIGPROJ referente ao formulário de avaliação para que seja obrigatório a justificativa por parte dos avaliadores
• Melhorar aspectos relarionados à gestão do programa
• Diminuição da rotatividade de avaliadores
• Retorno da avaliação de planejamento e relatório em tempo hábil
• Ser levado em consideração às especificidades de cada grupo PET


ASS: Melise Lima

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Seminário Internacional Sobre a Conjuntura Política na Latino-Americano

Seminário Internacional sobre Conjuntura Política
Latino-americana


CENTRO DE EXTENSãO

JOSé FARIAS DA NóBREGA – UFCG

QUINTA-FEIRA - 20 DE MAIO DE 2010.



Nos últimos anos a América Latina se encontra em uma nova
situação política, devido a diversos conflitos gerados pelo modelo
neoliberal. Um conjunto heterogêneo de lutas de movimentos sociais
atravessa a região. Esta situação possibilitou indagações e
debates sobre a conjuntura política latino-americana. Os temas que
abordaremos na VI Jornada Acadêmica do PET-Economia e no Seminário
Internacional sobre Conjuntura Política Latino-americana consistem
no caráter de alguns “novos governos”, Venezuela, Bolívia e
Equador, que se manifestam contra o neoliberalismo; a análise do
papel do imperialismo norte-americano e de suas bases militares na
região, sobretudo na Colômbia; as possibilidades de desenvolvimento
ou as ilusões neo-desenvolvimentistas presentes em países como o
Brasil, a Venezuela e a Bolívia, as propostas de socialismo no
século XXI de Hugo Chávez e a situação de Cuba. O evento
propõe-se a analisar, ainda, a situação da América Latina no
marco de uma crise geral do capitalismo que se manifesta, hoje, com
intensidade na Europa, sobretudo, na Grécia, Espanha, Portugal,
Irlanda e Romênia.

Importantes pesquisadores de Argentina, Bolívia e Brasil
discutirão estes temas.


PROGRAMAÇÃO

MANHã

9H – ABERTURA

GELFA DE MARIA COSTA AGUIAR.

Unidade Acadêmica de Economia da UFCG.

Tutora do Grupo PET Economia UFCG.

9H 15 - MESA REDONDA

Imperialismo e Ilusão Desenvolvimentista na América Latina.

PALESTRANTES:

MARCOS COSTA LIMA

Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

PABLO STEFANONI

Diretor de Le Monde Diplomatic da Bolívia.

ANDRéIA VLAHUSIC

Universidade de Buenos Aires – UBA

COORDENADOR:

RENATO KILPP

Unidade Acadêmica de Economia da UFCG - Grupo de Estudos sobre a
América Latina – GEAL/UFCG.

NOITE

19H – ABERTURA

GELFA DE MARIA COSTA AGUIAR.

Unidade Acadêmica de Economia da UFCG.

Tutora do Grupo PET Economia UFCG.

19H15 – CONFERêNCIA

Os Cenários Políticos da América Latina e o Socialismo no
Século XXI

ATíLIO BORóN

Universidade de Buenos Aires – UBA

Diretor do Programa Latino Americano de Educación a Distancia de
Centro Cultural de la Cooperación - PLED/CCC – Argentina.

COORDENADOR:

GONZALO ROJAS

Unidade Acadêmica de Ciências Sociais da UFCG, GEAL-UFCG e Grupo
de Trabalho Política e Formação Sindical -ADUFCG.

terça-feira, 18 de maio de 2010

PET de A a Z dia 19 de maio

Convido a todos para participarem nessa quarta-feira dia 19/05 da palestra do professor Fábio Machado intitulada "A Ciência Política no Brasil hoje".

Resumo:

"Nas duas últimas décadas a Ciência Política brasileira esteve marcada por um grande debate sobre a questão do desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia política no Brasil. Neste campo temático observa-se a presença de duas tendências com vigor explicativo: uma corrente que enfatiza a organização da sociedade civil como locus para o cultivo de valores políticos enquanto forma privilegiada de maximização da democracia; e uma outra perspectiva que privilegia a via institucional como a forma fundamental para aperfeiçoar as instituições políticas, em especial as instituições representativas."

Não esqueçam toda a quarta é dia de PET de A a Z.
Aguardamos sua presença.

Josileide Carvalho

segunda-feira, 17 de maio de 2010

XI congresso Luso-Afro-Brasileiro de ciências Socais

Olá pessoal!

Em dezembro irá acontecer na UFBA o evento Luso-Afro-Brasileiro de ciências Socais,as inscrições já encontram-se abertas.O link é o seguinte:

http://www.conlab.ufba.br/



Melise Lima

Nota do Grupo de Trabalho Quilombos da ABA sobre matéria publicada pela revista Veja

Sistematicamente, setores e políticos retrógrados autoritários da sociedade brasileira têm atacado grupos minoritários tais como quilombos, indígenas, ribeirinhos, dentre outros, que se encontram em luta pela reivindicação de seus direitos, acesso à justiça, bens e ao reconhecimento social. Em especial, grupos que reivindicam segurança na posse de seus territórios, de moradia e reprodução física, social e cultural, têm sido alvo de críticas que reforçam estigmas e preconceitos do senso comum. Recentemente matéria divulgada pela revista Veja, intitulada “Farra da Antropologia Oportunista”, de ampla circulação nacional, veiculou reportagem em que apresenta texto: 1) irresponsável na apresentação de seus dados; 2) insultuosa com os Antropólogos; e, 3) que divulga conteúdo racista.
1) Apresentação de dados jornalísticos. Mesmo que não quiséssemos pensar ser este um caso de manipulação aética de dados qualitativos e quantitativos, as respostas encaminhadas ao longo da semana e amplamente divulgada em sites e blogs evidenciam que a manipulação de falas, atribuídas, o recorte de textos, a utilização de expressões fragmentadas que não traduzem as idéias de seu autor. Mas a idéia do jornalista cujo alinhamento ideológico, longo e ir ao encontro daqueles a que referenciam, causa não só desconforto em toda a comunidade cientifica do país, como repugnância ao leitor mais cauteloso.
2) Insultuosa em relação aos antropólogos. A antropologia é um campo de conhecimento científico equivalente ao da medicina, engenharia, pedagogia ou filosofia, por exemplo, em tal lista, porém, os campos ou áreas elencados não desfrutam de mesmo status na sociedade brasileira. O próprio título da reportagem veiculada, ao definir a antropologia como oportunista, achincalha a reputação de toda uma categoria profissional que desempenha suas pesquisas com ética e cientificidade sistematicamente avaliadas por instituições nacionais e internacionais. Dentre aqueles que têm formação em antropologia, conquistada após anos de estudos e prática, alguns desempenham o papel de peritos na esfera judicial ou administrativa. Tais perícias versam, na maior parte das vezes, sobre questões envolvendo terras: bem extremamente disputado no Brasil por grupos oligárquicos que dele buscam se apossar para fins de enriquecimento pessoal. A falácia do desenvolvimento encobre a explicação acerca das práticas de tais grupos e daqueles que serão deixados à margem dos tão propalados “benefícios”.
3) Divulga conteúdo racista. A matéria veiculada alimenta estigmas sociais, é preconceituosa e racista no tratamento que dedica aos indígenas e quilombolas. Ao utilizar subtítulos como “Novos Canibais”, “Macumbeiros de Cocar”, “Teatrinho na Praia”, “Made in Paraguai” e “Os Carambolas”, a revista reforça estigmas sociais que aprofundam relações de discriminação entre grupos: relações entre a sociedade ampla e indígenas e quilombolas. Talvez, não por acaso, grupos que lutam pelo acesso e a segurança na posse de seus territórios. Tal forma de (des)tratamento é afrontosa à honra pessoal de tais grupos, à moral de todos os antropólogos, à liberdade de imprensa e à dignidade pessoal da sociedade.
É importante que seja destacado que todas as ações relativas aos grupos em questão têm respaldo constitucional e normativo, além de estarem em inteiro acordo com as convenções internacionais sobre o tema, das quais o Brasil é signatário. Os procedimentos de titulação envolvendo tais grupos são de conhecimento público e amparado pela legalidade das cortes brasileiras, tendo nestas fóruns de resolução sempre que se apresentam quaisquer dúvidas.
Na pretensa vocação de “quarto poder” da imprensa, a matéria de Veja faz uma ofensa grave à condução democrática não somente dos direitos dos grupos socialmente discriminados, mas a
toda a sociedade brasileira. A explicitação do conflito deve ser o objetivo da imprensa comprometida com a democracia. Qualquer forma de expressão de racismo ou de desqualificação pública de pessoa ou entidade deve ser objeto de reparo no igual teor da ofensa.


ASS:Melise Lima

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nota da Diretoria da ABA sobre matéria publicada pela revista Veja e Nota da Comissão de Assuntos Indígenas-CAI/ABA

Frente à publicação de matéria intitulada “A farra da antropologia oportunista” (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010), a diretoria da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), em nome de seus associados, clama pelo exercício de jornalismo responsável, exigindo respeito à atuação profissional do quadro de antropólogos disponível no Brasil, formados pelos mais rigorosos cânones científicos e regidos por estritas diretrizes éticas, teóricas, epistemológicas e metodológicas, reconhecidas internacionalmente e avaliadas por pares da mais elevada estatura cientifica, bem como por autoridades de áreas afins.
A ABA reserva-se ao direito de exigir dos editores da revista semanal Veja que publique matéria em desagravo pelo desrespeito generalizado aos profissionais e acadêmicos da área.

A reportagem divulgada pelo último número da revista Veja, provocativamente intitulada “Farra da Antropologia oportunista”, acarretou uma ampla e profunda indignação entre os antropólogos, especialmente aqueles que pesquisam e trabalham com temas relacionados aos povos indígenas. Dados quantitativos inteiramente equivocados e fantasiosos (como o de que menos de 10% das terras estariam livres para usos econômicos, pois 90% estariam em mãos de indígenas, quilombolas e unidades ambientais!!!) conjugam-se à sistemática deformação da atuação dos antropólogos em processos administrativos e jurídicos relativos a definição de terras indígenas.
Afirmações como a de que laudos e perícias seriam encomendados pela FUNAI a antropólogos das ONGs e pagos em função do número de indígenas e terras “identificadas” (!) são obviamente falsas e irresponsáveis. As perícias são contratações realizadas pelos juízes visando subsidiar técnica e cientificamente os casos em exame, como quaisquer out ras perícias usuais em procedimentos legais. Para isto o juiz seleciona currículos e se apóia na experiência da PGR e em consultas a ABA para a indicação de profissionais habilitados. Quando a FUNAI seleciona antropólogos para trabalhos antropológicos o faz seguindo os procedimentos e cautelas da administração pública. Os profissionais que realizam tais tarefas foram todos formados e treinados nas universidades e programas de pós-graduação existentes no país, como parte integrante do sistema brasileiro de ciência e tecnologia. A imagem que a reportagem tenta criar da política indigenista como uma verdadeira terra de ninguém, ao sabor do arbítrio e das negociatas, é um absurdo completo e tem apenas por finalidade deslegitimar o direito de coletividades anteriormente subalternizadas e marginalizadas.
Não há qualquer esforço em ser analítico, em ouvir os argumentos dos que ali foram violentamente criticados e ridicularizados. A maneira insultuosa com que são referidas diver sas lideranças indígenas e quilombolas, bem como truncadas as suas declarações, também surpreende e causa revolta. Subtítulos como “os novos canibais”, “macumbeiros de cocar”, “teatrinho na praia”, “made in Paraguai”, “os carambolas”, explicitam o desprezo e o preconceito com que foram tratadas tais pessoas. Enquanto nas criticas aos antropólogos raramente são mencionados nomes (possivelmente para não gerar demandas por direito de resposta), para os indígenas o tratamento ultrajante é na maioria das vezes individualizado e a pessoa agredida abertamente identificada. Algumas vezes até isto vem acompanhado de foto.


A linguagem utilizada é unicamente acusatória, servindo-se extensamente da chacota, da difamação e do desrespeito. As diversas situações abordadas foram tratadas com extrema superficialidade, as descrições de fatos assim como a colocação de adjetivos ocorreram sempre de modo totalmente genérico e descontextualizado, sem qualquer indicação de fontes. Um dos antropólogos citado como supostamente endossando o ponto de vista dos autores da reportagem afirmou taxativamente que não concorda e jamais disse o que a revista lhe atribuiu, considerando a matéria “repugnante”. O outro, que foi presidente da FUNAI por 4 anos, critica duramente a matéria e destaca igualmente que a citação dele feita corresponde a “uma frase impronunciada” e de “sentido desvirtuante” de sua própria visão. Como comenta ironicamente o jornalista Luciano Martins Costa, na edição de 03-05-2010 do Observatório da Imprensa, “Veja acaba de inventar a reserva de frases manipuladas”.


A agressão sofrida pelos antropólogos não é de maneira alguma nova nem os personagens envolvidos são desconhecidos. Um breve sobrevôo dos últimos anos evidencia isto. O antropólogo Stephen Baines em 2006 concedeu uma longa entrevista a Veja sobre os índios Waimiri-Atroari, população sobre a qual escrevera anos antes sua tese de doutoramento. A matéria não saiu, mas poucos meses depois, uma reportagem intitulada “Os Falsos Índios”, publicada em 29 de março de 2006, defendendo claramente os interesses das grandes mineradoras e empresas hidroelétricas em terras indígenas, inverteu de maneira grosseira as declarações do antropólogo (pg. 87). Apesar dos insistentes pedidos do antropólogo para retificação, sua carta de esclarecimento jamais foi publicada pela revista. O autor da entrevista não publicada e da reportagem era o Sr. Leonardo Coutinho, um dos autores da matéria divulgada na última semana pelo mesmo meio de comunicação.


Em 14-03-2007, na edição 1999, entre as pgs. 56 e 58, uma nova invectiva contra os indígenas foi realizada pela Veja, agora visando o povo Guarani e tendo como título “Made in Paraguai – A FUNAI tenta demarcar área de Santa Catarina para índios paraguaios, enquanto os do Brasil morrem de fome”. O autor era José Edward, parceiro de Leonardo Coutinho, na matéria citada no parágrafo anterior. Curiosamente um subtítulo foi repetido na matéria da semana passada – “Made In Paraguay”. O então presidente da ABA, Luis Roberto Cardoso de Oliveira, solicitou o direito de resposta e encaminhou um texto à revista, que nem sequer lhe respondeu.


Poucos meses depois a revista Veja, em sua edição 2021, voltou à carga com grande sensacionalismo. A matéria de 15-08-2007 era intitulada “Crimes na Floresta – Muitas tribos brasileiras ainda matam crianças e a FUNAI nada faz para impedir o infanticídio” (pgs. 104-106). O subtítulo diz explicitamente que o infanticídio não teria sido abandonado pelos indígenas em razão do “apoio de antropólogos e a tolerância da FUNAI.” A matéria novamente foi assinada pelo mesmo Leonardo Coutinho. Novamente o protesto da ABA foi ignorado pela revista e pode circular apenas através do site da entidade.
Em suma, jornalismo opinativo não pode significar um exercício impune da mentira nem práticas sistemáticas de detratação sem admissão de di reito de resposta. O mérito de uma opinião decorre de informação qualificada, de isenção e equilíbrio. Ao menos no que concerne aos indígenas as matérias elaboradas pela Veja, apenas requentam informações velhas, descontextualizadas e superficiais, assumindo as características de uma campanha, orquestrada sempre pelos mesmos figurantes, que procuram pela reiteração inculcar posturas preconceituosas na opinião pública.


No acima citado comentário do Observatório da Imprensa o jornalista Luciano Martins Costa aprendeu muito bem e expôs sinteticamente o argumento central da revista no que concerne a assuntos indígenas: “A revista afirma que existe uma organização altamente articulada que se dedica a congelar grandes fatias do território nacional, formada por organizações não governamentais e apoiada por antropólogos. Essa suposta “indústria da demarcação” seria a grande ameaça ao futuro do Brasil.” Este é o argumento constante que reúne não só a matéria da semana passada, ma s as intervenções anteriores da revista sobre o tema. Os elos de continuidade fazem lembrar uma verdadeira campanha.
Numa análise minuciosa desta revista, realizada em seu site, o jornalista Luis Nassif fala de uma perigosa proximidade entre lobistas e repórteres nas revistas classificadas como do estilo “neocon”. A presença de “reporteres de dossier” é uma outra característica deste tipo de revista. À luz destes comentários caberia atentar para a lista de situações onde a condição de indígenas é sistematicamente questionada pela revista. Aí aparecem os Anacés, que vivem no município de São Gonçalo do Amarante (onde está o porto de Pecem, no Ceará); os Guarani-M’bià, confrontados por uma proposta do mega-investidor Eike Batista de construção de um grande porto em Peruíbe, São Paulo; e os mesmos Guaranis de Morro dos Cavalos (SC), que lutam contra interesses poderosos, sendo qualificados como “paraguaios” (tal como, aliás, os seus parentes Kayowá e Nandevá do Mato G rosso do Sul, em confronto com o agro-negócio pelo reconhecimento de suas terras).


Como o objetivo último é enfraquecer os direitos indígenas (que naturalmente se materializam em disputas concretas muitas vezes com poderosos interesses privados), os alvos centrais destes ataques tornam-se os antropólogos, os líderes indígenas e os seus aliados (a matéria cita o Conselho Indigenista Missionário/CIMI por várias vezes e sempre de forma igualmente desrespeitosa e inadequada).
É neste sentido que a CAI vem expressar sua posição quanto a necessidade de uma responsabilização legal dos praticantes de tal jornalismo, processando-os por danos morais e difamação. Neste momento a Presidência da ABA, está em conjunto com seus assessores no campo jurídico, visando definir a estratégia processual de intervenção a seguir.
Dada a assimetria de recursos existentes, contamos com a mobilização dos antropólogos e de todos que se preocupam com a defesa dos direitos indígenas para , através de sites, listas na Internet, discussões e publicações variadas, vir a contribuir para o esclarecimento da opinião pública, anulando a ação nefasta das matérias mentirosas acima mencionadas. Que não devem ser vistas como episódios isolados, mas como manifestações de um poder abusivo que pretende inviabilizar o cumprimento de direitos constitucionais, abafando as vozes das coletividades subalternizadas e cerceando o livre debate e a reflexão dos cidadãos. No que toca aos indígenas em especial a Veja tem exercitado com inteira impunidade o direito de desinformar a opinião pública, realimentar velhos estigmas e preconceitos, e inculcar argumentos de encomenda que não resistem a qualquer exame ou discussão.

João Pacheco de Oliveira
Coordenador da Comissão de Assuntos Indígenas/CAI



ASS:Melise Lima

terça-feira, 11 de maio de 2010

PET de A a Z - 12 de maio de 2010

Caros colegas,

postagem só para confirmar a participação do Professor Gonzalo Adrián Rojas no nosso próximo encontro quarta-feira, 12 de maio de 2010 às 14h na sala 15, detalhes de sua apresentação nas postagens abaixo...
contamos com a presença de todos!

até lá

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pet de A a Z- Vanderlan Silva

A estética da violência na sociedade brasileira

Foi apresentada colocando, o lugar e a função da violência na sociedade brasileira.
Partindo da perspectiva segunda qual a violência é uma elemento básico, perene e estruturante das relações sociais no Brasil. Como as percepções dos primeiros conflitos entre povos autóctones e os invasores europeus deixaram marcas indeléveis à sociedade brasileira, e como a produção de conflitos contribui para a classificação do espaço geográfico em consonância como o universo imaginário: Litoral/sertão- asfalto/favela- (e também modernos/atrasados. A classificação que se estabelece sobre o uso de cada tipo de violência, sagrada ou profana, está intimamente ligada aos valores de uma época histórica e no interior de cada sociedade, aos valores de cada grupo. Assim não há um tipo de violência que seja bom ou mau por si mesmo, mas é a percepção construída a partir de conjuntos de valores de cada geração e/ou grupo, que vai dizer sobre os tipos de violência e sobre os usos que dela são feitos.

Abraços

Gládia Yôhanny.

Mesa sobre a questão Negra

Na próxima quinta, às 15h30min no auditório da ADUFCG, será apresentado um documentário seguido de discussão sobre a questão negra no Brasil, cotas raciais e outros temas ligados a etnicidade, portanto nesse dia que comemoramos a Abolição da escravatura, convidamos a todos para refletir sobre estes pontos tão pertinentes no nosso cotidiano.

Abraços
Jamilly Cunha

PET de A a Z - Gonzalo Adrián Rojas

Um pouco do expositor de nosso próximo encontro; Gonzalo Adrián Rojas é Professor Adjunto de Ciência Politica na Unidade Academica de Ciencias Sociais (UACS) no Centro de Ciências Humanas (CH) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Ministra disciplinas no Programa de Posgraduação em Ciencias Sociais (PPGCS) na UFCG. Possui Pós-doutorado em Ciência Política (DCP) do Instituto de Filosofia e Letras (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) na área: Estado, processos políticos e organização de interesses concluido em março de 2010; doutorado em Ciência Política (DCP) na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas (FFLCH) pela Universidade de São Paulo (USP) concluído em novembro de 2006 e graduação (Licenciatura) em Ciência Política na Universidade de Buenos Aires (1994). Trabalhou no Programa de Publicações em Português do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso) no período de 2005 a 2007. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase nos temas: Estado, Classes Sociais, Grupos de Interesse, processos políticos e movimentos sociais na América Latina, atuando principalmente nos seguintes temas: Governos posneoliberais e processos políticos na América Latina, relações facções de classe e Estado nas formações econômico-sociais latino-americanas e movimentos sociais e esquerdas politicas na América Latina. Leciona e orienta no curso de especialização em "Estudos Latino-americanos", oferecido pela Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

fonte: Curriculo Lattes
http://lattes.cnpq.br/7244600311946748

Abraços
Érika C. M. Alves.

PET de A a Z

Toda Quarta é DIA de PET de A a Z, e nesta quarta teremos o professor Gonzalo como expositor o tema escolhido para o nosso debate é o seguinte:

Governos pós-neoliberais na América Latina (1999-2009)
Uma análise comparativa dos governos de Argentina, Brasil, Venezuela, Bolívia e Chile.

Resumo:

Este seminário é o resultado da pesquisa de pós-doutorado no DCP da Unicamp, que continua em andamento no Grupo de Estudos de América Latina (GEAL) na UFCG. A pesquisa versa sobre os denominados governos pós-neoliberais na América Latina a partir do estudo dos casos de Argentina, Brasil, Venezuela, Bolívia e Chile entre 1999 e 2009. Os casos de Uruguai e Equador são inferidos a partir dos países analisados. O estudo busca caracterizar as articulações entre as frações das classes no bloco no poder expressas por esses governos, visto que geram efeitos específicos sobre os aparatos do Estado no marco de suas formações econômico-sociais. As forças sociais localizadas fora do bloco no poder, mas que contribuíram para interpretar tais governos, são incluídas a partir da noção de frente. No plano teórico geral são tomadas como referência a teoria das classes e política de Nicos Poulantzas, para compreender as relações entre burguesias e Estado nas formações econômico-sociais latino-americanas em suas relações com a cadeia imperialista. No nível comparativo, utilizar-se-á da teoria da economia política comparada. América Latina é tomada como um campo específico de estudo.

para conhecer melhor o trabalho do nosso professor acesse o seu Currículo Lattes

http://lattes.cnpq.br/7244600311946748

Abraços
Érika C. M. Alves.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pet de A a Z(participação do prof. Fábio Freitas)

Na última quarta-feira,dia 05 de maio,o nosso evento contou com a presença do prof. Fábio Freitas,especialista em direitos humanos. O professor conversou sobre o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos: proposta para o ensino superior. Registramos a importância de termos tido acesso sobre tal assunto,pensando como processualmente esse plano se instaurou,refletindo sobre seu o papel relevante no mundo acedêmico.O professor também compartilhou conosco o seu trajeto no interesse pela área e seus trabalhos. Desde já,nós que fazemos Pet Antropologia,agradecemos a participação do professor Fábio Freitas e a também a participação dos alunos da graduação. Mais um vez queremos intensificar nosso convite para as proxímas quartas-feira!!! A proposta do pet A a Z é gerar um momento de encontro dos professores do nosso departamento com os alunos da graduação. PARTICIPEM!!!!

O prof. Fábio Freitas avisa que aos interessados em saber mais informações sobre o tema,acesse seu email:ffreitasdh@gmail.com

Abraço e até a proxíma!
Lígia.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vamos brincar um Pouco

CANTO O BRASIL



Brasil virgem;

Sem mácula,

Descoberto e violado...

Massacre de ave penada,

Mancha negra de outra implantada?

Aristocrática, independência BRANCA;

Ai! Vertigem.

Puro basilisco, no olho o cisco;

No povo de pena faz-se um risco;

O incômodo negro se disfarça;

Panelas políticas; de sempre!

E bem ao gosto de hoje.

Gestação ruminante a garfo e faca.

Cosido e bem preparado,

Pescoço que veste branco; ao se descoberto

Pouco sofre;

Quadrilha informal.

Ai! Despiguimentado...

Quem disse que preto e pardo não é gente,

É desgraça?

A quem creditar à pobreza?

E tantas outras violências?

Fácil dizer entendo a dor... nacional,

E fazer, showmício, baile, festival.

Mas tantos gritam... Liberdade, democracia,

Representação, república! Mas que vem?

Fé! Ora-ara!

Tara...Vara!

Ainda tem “preto que lava pé”!

Tão claramente permanece.

Pai só muito axé! Axé, axé...

“analfabeto político empregando político analfabeto” ¹

Na esperança do letrado desbancar.

Foi o que vieram me falar.

Talvez o que sentiu fome o outro saiba alimentar.

Este não caminha as 17:00h na Sé!

Reforma agrária?

Projetos enfeites, maquilagens sociais,

Columbina, ponto e vírgula, carnaval.

[?]

Homens do povo, se animem!

Alegria, alegria!

Morte na periferia, prestimoso...

Caixão barato. Velas! Votos! 18? Hum!

Tudo começa com V

Ver se me entende.

Vejo se me paga.

Voto sim...Vou ver?

Se faço? E, estamos no Brasil...

Será que nada? Nada!

Negro mulato tinha que ser presunçoso.

Só agora vítima?

Preocupação, curral novo, segregação.

“Cota escurez”, concessão.

Negam o racismo do Brasil

Pela não nudez do fato.

Muitos advogam que não.

È para não pensar,

Mas fácil dizer que não tem solução.

Não importa se formal ou não;

Faz sofrer...

Ò! Chico! Faltam os bêbados politizados do

centro da cidade.

Falta todos saberem que nos matam por inanição.

Até de saber.

Ôh, minha mãe do oriente!

De olho azul?

Santificada!

Não, não, não! Não dê a ele não, o que é dele não.

Devolva não,

O que é dele não.

Preta Aparecida... grita aí também mulher!

Conceiça Santos.


1. desconheço o autor da frase.

sábado, 1 de maio de 2010

PET DE A a Z

PET de A a Z!!!!

Nesta última quarta-feira o PET de A a Z contou com a participação do Professor do departamento de filosofia Fábio Coelho, debatendo o tema “Existência e liberdade em Sartre”. Para chegar ao ponto central do debate, o Profº Fábio traçou um percurso bastante interessante, e, sobretudo, esclarecedor, na medida em que foi destacando os principais pressupostos teóricos de pensadores expoentes da filosofia moderna, a exemplo de Descartes, Kant, entre outros. Tornou-se evidente que o traço mais característico do pensamento moderno, está estreitamente relacionado ao lugar ocupado pela razão. De maneira sucinta, podemos afirmar que, originalmente, o projeto moderno buscava a autonomia e a emancipação do homem através da razão; como bem sabemos, tal fato não ocorreu, e a razão abrangente e humanística, tão venerada pelos iluministas, acabou se transformando em razão instrumental, que, ao invés de libertar, acabou por criar amarras, reprimir e no limite, destruir o próprio homem.
Foi justamente neste contexto que emergiram as idéias existencialistas de Jean-Paul Sartre. O Profº Fábio trabalhou idéias chaves no pensamento Sartriano, como a de engajamento, má fé, consciência, responsabilidade, liberdade. Destacamos aqui, a premissa base do existencialismo de Sartre, aquela que diz que “a existência precede a essência”.
O balanço geral da conversa que tivemos com o Profº Fábio Coelho foi bastante positivo e enriquecedor para todos nós que fazemos o PET-Antropologia. Agradecemos ao Professor e a todos aqueles que lá estiveram presentes.
Abraços a tod@s,
E não esqueçam,

QUARTA-FEIRA É DIA DE PET DE A a Z!!!!!!!!!!!!